Consumo feminino x impulso

Com o crescente aumento das linhas de crédito, o poder aquisitivo dos brasileiros está cada vez maior, principalmente da classe C. Nesse contexto, as mulheres invariavelmente vão às compras mais do que os homens. O que muitos não sabem – ou não compreendem – é que o impulso ao consumo pode ser hormonal. Ou seja, a atuação dos hormônios no organismo provoca uma química cerebral capaz de influenciar o consumo.




‘Se estiver ovulando não vá ao shopping’ é o título de um livro esclarecedor, divertido e dedicado às mulheres. Em uma linguagem bem simples, o autor Pedro Camargo mostra como o cérebro feminino, seus hormônios, neurotransmissores, genes e hereditariedade influenciam o comportamento de compra e de consumo delas.



Em entrevista ao Jornal Exclusivo, o autor explica como a química cerebral influencia o consumo feminino. Pedro Celso Julião de Camargo é mestre em educação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP), com pós-graduação em Comunicação de Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing de Campinas (ESPM), graduado em Direito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Consultor, conferencista e professor de pós-graduação em Neuromarketing e Biologia do Comportamento do Consumidor.



Jornal Exclusivo - O consumo feminino vem aumentando à medida que aumenta o poder aquisitivo das mulheres?



Pedro Celso Julião de Camargo - Certamente que sim, quanto maior o poder aquisitivo, maior a disposição de compra. Mas não é só esse fator que influencia. A facilidade de ter cartões de crédito e de débito e também empréstimos facilitados (sem muita comprovação) contribuem para este aumento de consumo. São dois fatores ou vieses cognitivos que fazem isso: todo ser humano desconta o futuro, isto é, nosso cérebro ancestral se ocupa da sobrevivência, portanto, do agora, e não do futuro e os cartões de crédito e débito abstraem o processamento da ínsula, área cerebral que está ligada ao medo, portanto, não sofremos quando passamos o cartão, mas pagando em dinheiro nos atentamos para a perda.



Jornal Exclusivo - O que os lojistas precisam saber sobre as mulheres consumidoras para vender para este público?



Pedro Celso Julião de Camargo - Existem várias dicas de como vender mais para as mulheres. Uma das dicas é falar sempre ao ouvido direito da mulher, porque temos sentidos cruzados, ou seja, o lado direito do cérebro recebe informações diretamente do ouvido esquerdo e, ao contrário, o lado esquerdo do cérebro recebe informações vindas diretamente do ouvido direito. Eno lado esquerdo é que se encontram as áreas da compreensão da linguagem. Portanto, se você falar no ouvido direito vai direto para o lado esquerdo e pode aumentar em até 45% a eficiência na venda.



Jornal Exclusivo - De que forma esse público espera ser recebido e atendido no ponto de venda?



Pedro Celso Julião de Camargo - O ponto de venda é o local onde tudo acontece. Só lá temos o comprador, o produto e o dinheiro juntos. A relação das pessoas com o ponto de venda está relacionada às áreas mais primitivas do cérebro e, portanto, é preciso entendê-la e criar oportunidades em torno deste fato. Por exemplo, lojas que tenham mobiliário com pontas irão ativar a amígdala da pessoa, o que significa medo, já com móveis arredondados as pessoas ficarão menos receosas, pois não oferecem perigo. Veja bem, essa é uma reação inconsciente, inata e irracional, portanto, o cliente não saberia dizer o que sente. Você precisa deixar que o cliente sinta-se como um caçador e não como uma caça, pois nosso cérebro ancestral trabalha em função de nos proteger da ameaça. Se o vendedor se atira, ele vira o caçador e o cliente a caça. Isso é perigoso demais. Saiba atender.

RETIRADO DO SITEhttp://www.exclusivo.com.br/Noticias/60900/Consumo-feminino-e-o-impulso.eol

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