Como controlar os gastos neste final de ano

Apesar do clima de compras do Natal, muita gente vai aproveitar para quitar dívidas e economizar. Inspire-se nos exemplos e aproveite o 13º para equil




Estadão



enviar por e-mailimprimirTexto:A-A+Na próxima quarta-feira (30), cerca de 78 milhões de brasileiros irão receber a primeira parcela do 13.º salário. De acordo com estimativas do Dieese, esse benefício, cuja segunda parcela será paga até o dia 20 de dezembro, deve injetar R$ 118 bilhões na economia brasileira. Mas se engana quem pensa que esse dinheiro extra vai todo para a compra de presentes e mimos de fim de ano.



Segundo um levantamento feito pelo Instituto Ipsos, em parceria com a Associação Comercial de São Paulo, quase um terço dos consumidores e consumidoras paulistas (28,9%) deve usar a primeira metade do 13.º para pagar dívidas. Comprar presentes é uma preocupação de apenas 17,8% dos entrevistados. Isso porque, em tempos de crise global, o melhor a fazer é acertar as contas agora para entrar em 2012 no azul.



Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) em outubro revela que 61,2% dos brasileiros estão endividados. E já se sabe quais são os maiores gargalos. Entre os 18 mil entrevistados, 74% disseram ter dívidas no cartão de crédito. Em seguida vieram carnês de bens adquiridos a prazo (23,5%), empréstimos bancários (11%) e financiamento de carro (9,5%).



Na opinião da psicóloga Marjorie Vicente, que estuda hábitos de consumo, a facilidade para obtenção de crédito contribui para esse endividamento. "Em geral, quando estamos no shopping, não paramos para pensar nas dívidas que já temos acumuladas", diz. "O fato de termos um bom limite no cartão de crédito ou no cheque especial soa como uma garantia de que não vamos passar aperto."



Compras fracionadas. A pesquisadora Selma Felerico, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) explica que, em geral, as mulheres gastam com mais frequência e em valores menores que os homens. "É comum elas fazerem uma nova compra parcelada antes mesmo de terminar de pagar um outro bem que haviam comprado meses antes", diz.



Com o tempo, aquelas pequenas compras fracionadas vão se avolumando em grandes quantias. É aí que surgem as armadilhas. A primeira delas é estar sempre usando o cheque especial, que cobra no mínimo 8% de juros ao mês. Ou então entrar no crédito rotativo do cartão de crédito.



De acordo com o economista Samy Dana, da Consultoria Júnior de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), essas atitudes arrebentam qualquer orçamento. "Se em vez de quitar o valor total da fatura do cartão, todo mês você fizer apenas o pagamento mínimo, ao final de um ano, você terá pago 200% juros", explica.



A melhor maneira de não cair nessa cilada é se planejar. A chegada das gêmeas Lara e Rafaela, há 11 meses, fez a advogada Kiki Ramos, 31 anos, inverter suas prioridades. Se em anos anteriores o 13.º ia para sonhos de consumo como uma viagem ou um carro novo, agora se destina a despesas com as meninas. "Vou usar o dinheiro para organizar a primeira festa de aniversário delas", conta. "Além, é claro, de pagar o 13.º da empregada, a conta da farmácia, fraldas e roupinhas."



Projetos



Quem ainda não tem filhos e nem tantas despesas com impostos de começo de ano, como IPTU e IPVA, pode guardar o dinheiro extra para algo especial. A estudante de Ciências Atuariais Marcella Barros, de 20 anos, vai iniciar seu pé de meia para a festa de formatura. Desde que começou a trabalhar, ela mantém uma disciplina espartana com suas finanças."Tenho uma planilha em que anoto todas as minhas despesas, por menores que sejam. E sempre estabeleço quanto posso gastar e quanto devo poupar", conta.



Já o irmão, Walter, estudante de Arquitetura e 3 anos mais velho, vê seu dinheiro acabar antes do fim do mês e sempre pede uma ajuda à maninha. "Eu falo pra ele economizar, mas não adianta", brinca.



E há até quem use o velho cofrinho de moedas como estímulo. A estudante de publicidade Juliana Alves, de 19 anos, aprendeu com o pai, o vendedor de veículos João, que vale a pena guardar qualquer dinheirinho extra. "Ele costumava guardar num cofrinho todas as moedas que tinha no bolso e, no fim do ano, dividia o montante entre os filhos. Isso me ensinou a ter paciência para poupar e atingir meus objetivos", conta.



Modelo profissional, Juliana costuma investir R$ 100 reais por mês na poupança. As moedas que sobram vão para três cofrinhos, que ela não quebra de jeito nenhum. "Sonho juntar dinheiro suficiente para viajar para o exterior com meu namorado", afirma.



Os consumidores que estiverem com as contas em dia podem até gastar uma parte do 13.º com presentes. Mas o economista Samy Dana, da FGV-SP, aconselha a estabelecer uma meta de gastos, pesquisar preços e pagar tudo à vista. "Quem gasta por impulso no Natal entra no Ano Novo endividado. E aí vai acabar tendo de mexer na aplicação para pagar despesas inadiáveis, como o IPVA, o IPTU e o material escolar das crianças", avisa.



Dica de experts

Segundo especialistas em finanças pessoais, para quem tem dívidas, a prioridade deve ser usar o 13º para quitá-las. "Não tem como o dinheiro aplicado no banco render juros maiores do que os cobrados no cartão ou no cheque especial", argumenta André Massaro, da Moneyfit. "Se você deve à sua mãe ou a um amigo, eles podem esperar. Mas o banco, não!", diz Eliana Bussinger, autora do livro A Dieta do Bolso.
http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=245744

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