Comer pra quê? Fazer jejum está na moda. Saiba mais sobre a dieta da vez



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Fazer jejum está na moda. É isso mesmo: a ideia é ficar sem comer um, dois ou até dez dias por mês, e os defensores garantem que essa privação desintoxica o organismo e facilita a perda de peso, além de ajudar a baixar os níveis de colesterol e de açúcar no sangue, aumentar a energia e melhorar as funções cognitivas do cérebro. Atrizes como Gwyneth Paltrow e Salma Hayek estão entre as adeptas lá fora e, por aqui, a representante mais famosa é a jornalista Glória Maria, que faz jejum por dez dias seguidos, duas vezes ao ano, desde 2001. Aprendeu a prática durante uma viagem de trabalho ao Canadá – os canadenses costumam jejuar para fortalecer o organismo para enfrentar o inverno rigoroso.“Trouxe para casa um kit que ajuda no processo, com xarope e vitaminas, experimentei e amei, nunca mais deixei de comprar. Quando faço, me sinto cheia de energia e muito, mas muito magra!”, diz Glória.

A validação do jejum representa uma drástica mudança de paradigma em relação ao que vem sendo dito sobre alimentação nos últimos anos. A teoria corrente prega que o ideal é comer pequenas porções de três em três horas, o que acelera o metabolismo, facilitando o emagrecimento – do contrário, o organismo passa a economizar energia e acumular calorias para suportar a privação. Guru de várias celebridades de Hollywood e diretor do Centro de Medicina Integrada da Universidade do Arizona, Andrew Weil diz que não é bem assim e acredita que foi essa orientação de pequenas porções que ajudou a disseminar a epidemia de obesidade nos Estados Unidos. “As pessoas acham que fazer seis refeições diárias significa comer o dia todo. Além disso, raramente escolhem porções de vegetais ou alimentos preparados em casa, preferindo comidas industrializadas e ricas em carboidratos.” Weil defende o intermittent fasting ou IF, jejum em dias alternados realizado uma ou duas vezes por semana – não é necessário ficar um dia inteiro sem se alimentar: pode-se tomar café da manhã, almoçar e voltar a comer somente no almoço do dia seguinte. Ou seja, você passa 24 horas em jejum, reduz a quantidade de calorias ingerida na semana,mas não deixa de se alimentar nenhum dia. O IF tem como base a história evolutiva da nossa espécie – em 250 milhões de anos, o homem passou por longos períodos de escassez de alimentos e conseguiu sobreviver e sair fortalecido deles.Essa premissa,inclusive, é um dos pilares da dieta paleolítica, inspirada na alimentação dos homens das cavernas e que anda fazendo muito sucesso por aí.

É fato: o segredo da longevidade é comer pouco, e pesquisas na área vêm confirmando isso. Segundo o endocrinologista Amélio Godoy-Mattos, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia,os benefícios do jejum são similares ao das dietas de baixíssimas calorias. “Regimes restritivos colocam o organismo em estado de cetose, e o corpo passa a usar a gordura,e não o açúcar, como principal fonte de energia,acelerando o emagrecimento”, explica. “Mas só se deve fazer com acompanhamento médico.” No entanto, é preciso certos cuidados. Além do potencial de desidratar o organismo – beber muita água é fundamental; chá e caldo de carne também são permitidos –, o jejum pode piorar o estado de saúde de quem sofre de doenças cardiovasculares ou diabetes e causar hipoglicemia e queda brusca de pressão. (CLAUDIA MIRANDA)

  (Foto: Reprodução/Vogue Italia)



.MENU PRIMITIVO - modismo da vez, a dieta paleolítica prega o retorno à alimentação dos homens das cavernas. Polêmica e curiosa, a dieta paleolítica ganhou adeptos em tempo recorde ao prometer corpo sequinho e organismo muito mais saudável. Como? Cortando do cardápio todos os alimentos que não existiam na época dos homens primitivos – e que, portanto, não seriam bem aceitos pelo corpo humano de hoje. Nada de comidas industrializadas, cereais, massas, leite e derivados, açúcar, batata e leguminosas. Carnes e peixes estão na base da paleo diet, de preferência crus ou defumados, acompanhados de muitas folhas, frutas e raízes (ricas em fibras), oleaginosas e ovos. além dos quilos a menos, os defensores pregam que a dieta paleo (como ficou conhecida) reduz diabetes, desacelera doenças autoimunes e melhora a digestão, a pele, o sono, a disposição física e a libido. Mas nem todo mundo concorda: “se a dieta da era paleolítica fosse boa como dizem, as pessoas não viveriam tão pouco naquela época, 25 anos em média”, argumenta Bruno Halpern, endocrinologista e coordenador da liga de Dietas do Hospital das Clínicas de são Paulo.



 

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