crianças insatisfeitas com o proprio corpo

Fonte: http://www.vnews.com.br/noticia.php?id=66312
PARA PENSAR: NOTICIA DO SITE G1

16h43min - 17/02/2010

Pesquisa mostra que crianças e adolescentes estão insatisfeitos com o corpo

4 mil alunos da rede municipal de São José dos Campos foram ouvidos

Cuidar do cabelo, do corpo, praticar um esporte, são hábitos de uma vida saudável. O problema é quando o exagero e a insatisfação geram conflitos, e a imagem do espelho não agrada nunca. Pior ainda, é quando essa vaidade excessiva começa cedo, entre os adolescentes.

A baixa autoestima também pode desenvolver doenças sérias, como a depressão, por exemplo. Uma pesquisa da rede municipal de ensino de São José dos Campos revela que a maioria dos meninos e meninas, com idades entre nove e catorze anos, não gosta da própria aparência.

As meninas valorizam pequenos detalhes, ressaltam qualidades, são ousadas nas escolhas e seguem tendências. Nos meninos a vaidade também está presente. O que chama atenção é que isso acontece cada vez mais cedo nas crianças e adolescentes. “eu tenho que tomar banho, arrumar o cabelo, fazer maquiagem, passar batom, por brinco, pulseira”, conta Mariane de Oliveira, de 12 anos.

O problema é quando a imagem ideal não é alcançada. Talles Luques sabe bem como é isso “Começo a chorar às vezes, porque eu não gosto do jeito que eu sou gordo. Os outros ficam zoando comigo, dizendo que eu sou gordo, aí eu fico triste com isso”, admite o estudante de 11 anos.
É em ambiente escolar que muitos conflitos aparecem. Nessa vivência em grupo as comparações entre os amigos são automáticas, as brincadeiras da turma, às vezes são cruéis e levam a uma busca pela perfeição que em muitas vezes é frustrante. “Queria ser magro, mais bonito, mudar de aparência. Os outros iriam parar de zoar comigo, parar de me xingar e iriam me tratar melhor do que como me tratam agora”, completa Talles.



Estar fora dos padrões é uma das maiores cobranças dos jovens. A pesquisa aplicada na rede municipal de ensino de São José dos Campos entrevistou mais de 4 mil estudantes, meninas e meninos e revelou que 60% das alunas estão insatisfeitas com corpo, sendo que 75% estão dentro dos padrões normais de peso para a idade.
Já no caso dos meninos, 70% não gostam da forma física e mais da metade deles estão saudáveis. “Eles tem uma imagem corporal que não é a realidade, as meninas são magras, mas já reclamam que tem barrigas, os meninos querem ter um porte atlético. A preocupação é que isso pode gerar frustração, baixa autoestima, levar a transtornos alimentares como bulimia e anorexia”, Explica Virgínia Oliveira Silva, coordenadora do projeto.
Letícia Leite, mesmo estando dentro doa padrões de peso para a idade, tem certeza que é gorda e briga com a balança. "Todas as minhas amigas que tem 13 anos pesam cinquenta quilos ou menos e eu peso cinquenta e quatro quilos, aí eu me sinto mal por isso. Minha mão não quer que eu emagreça, mas meu pai fica zoando, me chamando de gordinha", conta a estudante de 13 anos.

A recomendação da psicóloga Fabiana Luckemeyer é que os pais ajudem nessa difícil fase de aceitação dos filhos. “No dia a dia do adolescente, trabalhar esse autocuidado, que seria um esporte, uma boa alimentação, elogiar, não só a aparência, mas as características pessoais do adolescente para que eles se autoafirmem”, conta Fabiana.
Os pais devem ficar atentos também aos sintomas de transtornos alimentares, citados na reportagem. Na bulimia, um dos sinais pode ser a alimentação exagerada num curto espaço de tempo seguida de vômito autoinduzido. Há também o uso indiscriminado e perigoso de laxantes e diuréticos
Na anorexia, o processo é inverso, o jovem deixa de comer por acreditar que está acima do peso, quando não está. Há uma visão distorcida do próprio corpo. Nas meninas, pode haver interrupção do ciclo menstrual e tanto nos sintomas da bulimia quanto da anorexia, é fundamental procurar ajuda médica imediatamente.



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