#AgoraÉQueSãoElas: em defesa dos direitos da mulher
O TMDQA! nunca foi e nunca será um espaço machista. Desde sua criação e durante os nossos quase sete anos de história, o portal defendeu as pautas do dia a dia das mulheres em seu conteúdo e divulgou com o mesmo grau de incentivo bandas e projetos musicais de homens e mulheres do Brasil e do mundo, além de receber sempre a colaboração de diversas garotas que mostram diariamente que o rock´n´roll, a música e a paixão por tudo isso é universal.
Infelizmente, as oportunidades e os direitos das mulheres não são garantidos em todos os lugares. Estamos vivendo um momento em que mulheres estão sendo atacadas e perdendo direitos que foram conquistados com muita luta. E é por este motivo que nós resolvemos apoiar a causa#AgoraÉQueSãoElas: para mostrar quantas e quão incríveis nós somos e que lutar pelos nossos direitos e exigir respeito, apesar de ser ultrajante (que ano é esse? 2015 não?), é certo e necessário.
Sabemos que a semana oficial da ação passou, mas a coleta de tantos depoimentos interessantes levou tempo e jamais deixaríamos de publicá-los por aqui. Por isso damos sequência a ele nesta Segunda-feira com uma série de textos incríveis.
Com a palavra, algumas mulheres que nós admiramos e respeitamos muito! #AgoraÉQueSãoElas.
Esse post será atualizado com mais depoimentos. Fique ligado.
Fabiane Pereira (apresentadora do Faro MPB na MPB FM e diretora da Valentina Comunicação)
Não se fala em outra coisa. Pelo menos, pra mim, não há pauta mais importante do que a ‘primavera das mulheres’ se espalhando pelas ruas do Brasil e do mundo. Motivos para o presidente da Câmara dos Deputados cair não faltam mas duvido que Eduardo Cunha previa a ebulição e o alastramento de tantas manifestações contra seu Projeto de Lei 5069/13 e contra seus posicionamentos contra os direitos já conquistados pelas mulheres brasileiras. No Brasil, a cada DEZ MINUTOS uma pessoa é vítima de ESTUPRO – provavelmente este número é maior mas milhares se calam. O tal PL dificulta o atendimento básico de uma mulher que sofre violência sexual porque supõe que muitas inventam estupros para se ‘beneficiarem’ da lei que permite que elas abortem via SUS. Insanidade. É a única palavra que me vem a cabeça. Como muito bem disse a poeta Alice Sant’anna, “a palavra da mulher, que já não valia grande coisa, passa a não valer coisa nenhuma”.
Há 75 anos, qualquer mulher vítima de estupro pode abortar, se quiser, no Brasil. Num momento onde deveríamos estar discutindo a legalização total do aborto uma vez que o corpo é da mulher e ninguém em sã consciência utilizaria o método como contraceptivo, estamos indo pras ruas para evitar o retrocesso. Retroceder é a palavra de ordem da câmara mais retrógrada de todos os tempos. Retroceder é o que querem os ‘homens de bem que se preocupam com a nobre família brasileira’. Mas eles esquecem que retroceder não faz parte do nosso vocabulário nem aqui nem em várias partes do mundo. AVANÇAR sempre: pelo não retrocesso e, principalmente, pela igualdade de direitos. Como disse a Jout Jout, “vamos fazer um escândalo” e ele está só começando.
Há 75 anos, qualquer mulher vítima de estupro pode abortar, se quiser, no Brasil. Num momento onde deveríamos estar discutindo a legalização total do aborto uma vez que o corpo é da mulher e ninguém em sã consciência utilizaria o método como contraceptivo, estamos indo pras ruas para evitar o retrocesso. Retroceder é a palavra de ordem da câmara mais retrógrada de todos os tempos. Retroceder é o que querem os ‘homens de bem que se preocupam com a nobre família brasileira’. Mas eles esquecem que retroceder não faz parte do nosso vocabulário nem aqui nem em várias partes do mundo. AVANÇAR sempre: pelo não retrocesso e, principalmente, pela igualdade de direitos. Como disse a Jout Jout, “vamos fazer um escândalo” e ele está só começando.
Salma (Carne Doce)
Acho que a mulher não tem nenhum papel especial na música. Nossa única responsabilidade, assim como os homens, é tentar fazer música boa, ou ao menos deveria ser assim. Em alguns aspectos a arte permite extrapolar os limites do corpo e superar preconceitos. Aí você pode ser reconhecida mais pelo seu talento e pela sua criatividade que por seus privilégios. Aí você pode ser diva mesmo estando fora dos padrões estéticos. Aí é mais fácil suplantar a necessidade de ser bela e feminina.
Mas, claro: não chega a ser um território livre do machismo. No palco é onde me sinto mais poderosa, livre e à vontade com o que sou, mas até chegar ali, e mesmo ali, é preciso enfrentar o fato de que sou e estou num mundo machista em desconstrução. É ter de falar várias vezes a mesma coisa para ser ouvida entre os meus colegas (o que mais me irrita), é me angustiar em explorar minha beleza e feminilidade pra ganhar pontos com o público (e curadores), é o olhar pra outras artistas como se fossem concorrentes sexuais. É toda a ignorância que já conhecemos.
Mas, assim como os outros ofícios, ser artista é uma possibilidade cada vez mais real no horizonte das mulheres. E essa representação crescente tem proporcionado eventos especiais como o No Ar Coquetel Molotov deste ano que, dirigido por uma mulher, teve uma programação tão bem preenchida pelo nosso gênero que as artistas femininas pareceram protagonizar o festival.
http://www.tenhomaisdiscosqueamigos.com/2015/11/09/agoraequesaoelas-em-defesa-dos-direitos-da-mulher/
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