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“E SE DON JUAN FOSSE MULHER?”

A igualdade de géneros é potenciadora de muitas discussões modernas, uma delas é o porquê das mesmas atitudes serem julgadas, de forma diferente, consoante o sexo que as pratica. “E se Don Juan Fosse Mulher?” é o livro de Conceição Carrilho que conta a história de Marinela, uma mulher cuja vida mudou depois de ter lido o “Don Juan” de Molière.

E se Don Juan fosse mulherO título é apresentado, amanhã (9), na livraria Bertrand, situada na Avenida Central, mais concretamente no Liberdade Street Fashion. “E se Don Juan Fosse Mulher” é um livro que, conta Conceição Carrilho no seu blogue, foi publicado há sete anos, com outro nome. Nasceu “Quando Marinela Salero Cortez decidiu imitar Don Juan” (Ed. Campo das Letras) e, apesar da “adoração pela irreverente Marinela”, a autora sentiu que “a heroína deste romance (…) pecava por falta de esmero da sua criadora. O livro estava trapalhão, muito aquém do fôlego que esta sedutora exigia” e Conceição Carrilho sentiu-se frustrada.
Os anos foram passando e, no verão de 2014, a autora decidiu dar um “retoque” à personagem que o pedia.
“Percebi, então, que certas criaturas que julgámos ter sido nós a criar, se transformam, afinal, no nosso Criador e fazem de nós pobres bonecos, joguetes nas suas mãos. Meti de imediato mãos à obra, operando todas as transformações que Marinela me exigiu. Rezo para que desta vez ela não amue.” escreveu.
Conceição Carrilho não nasceu em Braga mas é bracarense. Após se ter licenciado em Línguas e Literaturas Modernas na Universidade Nova de Lisboa, em 1983, veio para a Universidade do Minho ser professora de Literatura. Mais tarde partiu para a França para “conhecer melhor a pátria da revolução francesa e os seus espíritos aguerridos”, retornando a Braga mais tarde. Começou a escrever no jornal local, Diário do Minho, , entre 1995 e 1997, alertando para o caos urbanístico, e em 2001 integrou a Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados, responsável por uma série de iniciativas, “sobretudo contra as horríveis passagens aéreas que desfiguram de forma brutal o centro da cidade”. Entre 2002 e 2006, esteve à frente do Departamento de Francês da UMinho e em maio de 2013 decidiu abandonar a profissão de professora e dedicar-se a outros projetos.
Um deles foi este “E se Don Juan Fosse Mulher?”. Antes, a escritora já havia publicado obras como “Da impossibilidade de viver sem ter lido o D.Quixote”, “Quando Marinela Salero Cortez decidiu imitar Dom Juan” e “Esmeralda odiava ser fotografada”.
Marinela está cansada da conversa da mãe sobre a necessidade de se casar”; “Finalmente Marinela tem uma amiga!”; “A descoberta erótica do mundo: A primeira noite donjuanesca de Marinela”; “Pélaga está aflita com a vida escandalosa de Marinela”; “Mais vale tarde do que nunca: mulheres, imitem-me, que não se arrependerão”, “Marinela disserta sobre as vantagens da precariedade e da mobilidade: mudar e de emprego e de homem, eis o segredo de uma vida feliz!” e “Marinela é despedida e decide viajar pelo mundo” são alguns dos capítulos que preenchem a primeira parte do livro. Curioso?
fonte http://www.gazetadorossio.pt/cultura/e-se-don-juan-fosse-mulher/

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