Manequins femininos ganham curvas e 'silicone exagerado' na Venezuela
13 de Novembro de 2013• • atualizado às 11h23
Mulheres do país fazem milhões de cirurgias plásticas para terem o corpo considerado perfeito no país
Enquanto os países escandinavos são elogiados por apostar em manequins que correspondem à realidade do corpo feminino nas vitrines e, na Inglaterra, grandes lojas de departamento conquistam clientes com modelos plus size nas propagandas, na Venezuela os manequins também acompanham a realidade latina, mas de uma maneira um pouco exagerada.
Segundo o site inglês The Guardian, as lojas do país sul-americano estão cheias de manequins com seios extremamente grandes, glúteos esculpidos, cintura fina e pernas igualmente finas e longas.
De acordo com uma matéria publicada pelo jornal The New York Times, o produtor de manequins Eliezer Álvarez transformou seu negócio introduzindo uma linha de peças baseada nas formas exageradas do corpo que ele acredita que as mulheres venezuelanas realmente gostariam de ter. E, ele não está de todo errado, já que milhares de venezuelanas correm atrás deste ideal de beleza local, fazendo milhões de cirurgias plásticas.
O sucesso dos manequins foi tão grande que hoje são considerados os normais das lojas e, com certeza, os mais procurados. "Os manequins eram naturais, assim como as mulheres também eram naturais. A transformação está acontecendo tanto nas mulheres como nos manequins", disse Nereida Corro, esposa de Álvarez e sócia do negócio.
Com uma economia baseada no petróleo e no consumismo, as cirurgias plásticas se tornaram rotina para as mulheres venezuelanas que gastam fortunas, inclusive aquelas que não têm dinheiro suficiente para isso, em implantes de silicone, plásticas no abdômen, nariz e bumbum.
O ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez, descreveu o número abusivo de intervenções cirúrgicas como "monstruosas". No entanto, esta obsessão das mulheres do país pela beleza e físico perfeito provavelmente foram influenciadas pelo sucesso das candidatas venezuelanas ao Miss Universo, principalmente nas décadas e 1970 e 1980, quando as concorrentes corrigiam pequenos defeitos com plásticas.
"Quando elas têm um defeito, eu corrijo. Se as coisas podem ser facilmente corrigidas por uma cirurgia, por que não fazer isso? Digo que beleza interior não existe. Isto foi uma coisa que as mulheres feias inventaram para se justificarem", afirma o organizador do concurso Miss Venezuela, Osmel Sousa.
Comentários
Postar um comentário