Distúrbios alimentares
Doenças causadas pela má alimentação, associadas ao culto à beleza, ponto negativo trazido com a modernidade dos perfis traçados na sociedade de formas e corpos tidos como perfeitos
Diário da Manhã
Nayara Reis
Os distúrbios alimentares, normalmente estão relacionados à dieta (restrição ou excesso de ingestão de alimentos), também são conhecidos como transtornos, ou seja, doenças psiquiátricas, com origem em fatores socioculturais, metabólicos, biológicos, familiares ou psicológicos. Entre os que mais acometem a população estão: bulimia, anorexia, obesidade, desnutrição, ortorexia e a vigorexia. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás, não existem levantamentos de dados para essas doenças, mas os médicos consultados pelo Diário da Manhã ressaltam que é grande o número de pacientes acometidos pelos distúrbios alimentares.
Essas doenças causadas pela má alimentação estão associadas ao culto à beleza, algo que, segundo o psicólogo Wadson Arantes Gama, é um ponto negativo trazido pela modernidade, com os perfis traçados pela sociedade de formas e corpos tidos como perfeitos. “Não existe predisposição nesses casos, se trata da forma como o indivíduo responde as questões que acontecem durante a vida, quanto a sua beleza estética, física, enfim. As pessoas impõem determinados padrões, nos quais ela pode ou não se enquadrar”, explica. Ele cita que em algumas situações quando o indivíduo não consegue chegar ao “ideal”, começa a desenvolver os distúrbios alimentares, para tentar se adequar ao que a sociedade ou ele próprio se cobra.
O psicólogo cita, como exemplo, as mulheres que até um tempo estava malhando muito, e adquirindo muitos músculos, hoje, ele diz que isso já não é mais uma tendência e elas estão deixando esse perfil de lado para algo mais delicado. “Elas mudaram para uma versão mais magra, mais natural, o que também pode se tornar uma tendência. A própria sociedade cultua essa magreza estrema se não tomarmos cuidado a pessoa pode desenvolver uma bulimia ou anorexia”, diz. A fragilidade de sentimentos como de menos valia ou de perda não está vinculada só a estética, mas também com a forma como a pessoa se relaciona com o próprio corpo. Wadson diz que na anorexia a pessoa pensa que está fora do peso sempre, e por esse motivo quer emagrecer a todo custo, ela se sente diferente dos outros. Já na vigorexia o indivíduo também tem uma autoimagem distorcida no seu histórico de vida, eles normalmente não conseguem manter o equilíbrio do que é o ideal.
Segundo o psicólogo, para detectar que a pessoa está com bulimia é mais difícil, já que normalmente não há grandes mudanças no aspecto físico do paciente. “A pessoa se alimenta até bem, mas força o vômito um tempo depois. Ela sofre com sua autoimagem e acaba desenvolvendo vários problemas de saúde, inclusive pelo suco gástrico que volta na garganta e no sistema digestivo ao vomitar com tanta frequência”, diz. Infelizmente em muitos casos, quando os familiares descobrem e tentam ajudar a doença já está avançada e grave. Felizmente pessoas com distúrbios alimentares podem se curar, e para que isso ocorra ele precisará da ajuda de profissionais como: psicólogo, psiquiatra, educador físico e até mesmo do nutricionista.
Pessoas com disfunção alimentar sofrem por não se sentirem inseridas na sociedade por mais que haja o diálogo, onde a família tenta mudar essa visão. “Eles fazem de tudo para ter o corpo ideal, esses distúrbios dependendo de sua gravidade podem sim levar o paciente a morte”, diz.
Adolescência frágil
Segundo os especialistas consultados na reportagem, a adolescência é um dos períodos em quem as pessoas estão mais propensas às disfunções alimentares. A assistente de suporte de Tecnologia da Informação (TI) Mariane Moreis Batista, 23 anos, teve anorexia aos 14 anos, apesar de nunca ter sido sedentária, praticar vários esportes e até então se alimentar bem, isso não a livrou da doença. Tal situação demonstra que tanto o próprio indivíduo quanto a família devem estar atentos para qualquer alteração de comportamento, com o intuito de constatar a doença o quanto antes.
A assistente que superou a doença há alguns anos, conta que tudo teve início ao engordar um pouco logo após deixar as aulas de natação. “De qualquer forma eu ainda sim estava com peso normal pra minha idade e tamanho, mesmo assim, fui dar ouvidos a uma professora que tinha na época, da qual eu era muito próxima, enfim, ela me passou uma dieta que ela fazia, e eu muito ingênua segui o conselho sem nenhum tipo de acompanhamento médico”, diz. Nesse momento começou o drama de Mariane, ela é um exemplo de que as mães e os próprios adolescentes devem estar atentos aos conselhos e observações de terceiros quanto ao seu aspecto físico, nem tudo deve ser levado à risca, e se algo te incomoda, vá a um médico, não fique preso a achismos.
Mariane conta que no início do regime emagreceu um pouco, mas que com o tempo a situação saiu do controle e ela começou a perder muito peso. “Com medo de engordar fui diminuindo cada vez mais a quantidade de comida, e continuei emagrecendo, nesse tempo, eu voltei a fazer natação, e isso contribuiu ainda mais pra minha perda de peso no fim, eu que pesava 50 kg, que era o peso normal para uma pessoa da minha idade”, diz. Ela conta que chegou a pesar 36 kg, calças no tamanho 34 ficavam largas, além disso, o Índice de Massa Corporal (IMC) de uma pessoa saudável é de aproximadamente 18, o da garota chegou a 13. Ou seja, ela já estava com problemas de saúde por conta da magreza extrema.
Para continuar o tratamento, Mariane precisou deixar a natação, porque a atividade piorava ainda mais sua situação, ela chegou a ficar internada tomando soro de tão debilitada. “Quando minha mãe notou como eu estava e percebeu meu problema, comecei a fazer um tratamento com um psicólogo e um psiquiatra, inclusive com remédios, porque junto com a anorexia veio também uma depressão. Eu estava na 8º série na época, não sofria preconceito, mas certo bullying, de crianças que na época não tinham ideia do meu problema”, conta. Mariane diz que o que dificultou seu tratamento foi ela mesma não conseguir enxergar a sua condição, a magreza extrema em que se encontrava. Ela diz que se olhava no espelho e se considerava normal como as outras garotas, o que não ajudava no tratamento.
A mãe da assistente sofreu muito na época e chegava a vigiá-la enquanto ela se alimentava, para ter certeza que ela estava fazendo suas refeições corretamente, e tinha toda razão para fazê-lo, de acordo com Mariane ela burlava a mãe e às vezes fingia que ia almoçar e jogava a comida no lixo. “O passo inicial para minha cura veio da minha própria vontade, quando eu finalmente reconheci que tinha um problema, por fim, aceitei ir a uma nutricionista, e tive que fazer uma dieta para engordar, meu tratamento para recuperar meu peso durou cerca de seis meses, porque às vezes eu ‘burlava’ minha dieta de engorda”, explica. Ela conta que em cerca de dois anos ela concluiu o tratamento, tudo com o auxílio essencial da família, amigos e inclusive de alguns professores na época.
Assim como os especialistas citaram a Mariane considera muito importante o papel da autoestima para a batalha conta a anorexia, para ela ter esse sentimento por si mesma faz toda diferença para quem tem esses distúrbios. “Eu sei disso porque muitas vezes me via perguntando para os meus amigos se eu havia engordado, era como se eu tivesse que ser magra para ser uma pessoa feliz, se você for parar pra pensar, essas revistas femininas pregam isso”, diz.
Alimentação
O papel do nutricionista nesses casos é de suma importância tendo em vista que ele auxiliará com a educação nutricional, ensinando a importância de se comer de maneira saudável. A nutricionista Hortência Guimarães Carvalho, explica que infelizmente é perceptível que o número de pessoas com transtornos alimentares está crescendo, e cada vez mais reduzindo a idade em que isso ocorre principalmente no que tange ao sexo feminino.
Ter as atrizes e celebridades como padrão de corpo perfeito pode ser um dos problemas segundo a nutricionista. “Muitas meninas as veem e tem isso como padrão de corpo ideal, e na obsessão de conseguirem ficar iguais chega ao ponto de desenvolver alguns transtornos alimentares, deixando de lado sua saúde, podendo chegar até à morte”, diz.
Os distúrbios podem ser revertidos a favor do paciente, tendo em vista que a partir do momento em que ele se dá conta do problema e supera, pode passar a ter uma alimentação bem mais adequada. “Primeiramente deve ser trabalhado o psicológico do paciente, e aos poucos voltar a inserir os alimentos. Sempre relatando a importância de se ter uma alimentação saudável, equilibrada e variada, com todos os grupos alimentares”, explica a nutricionista.
Existem vários tipos de distúrbios, em alguns a pessoa come muito e em outros ela deixa de comer para entrar nos “padrões” que considera ideias. Segundo Hortência, levando em consideração a rotina corrida das pessoas nos dias de hoje, o ideal é primeiramente evitar o jejum prolongado (o que a maioria das pessoas não fazem), assim você não ficará com muita fome e dificilmente irá exagerar nas quantidades quando for se alimentar novamente. “Então se alimente a cada 3 horas, inserindo nos lanches frutas e oleaginosas, como as castanhas. O segredo é evitar o jejum prolongado e não passar fome!”, ressalta.
Se alimentar bem desde criança, pode influenciar quanto ao desenvolvimento ou não desses distúrbios, e ser tratada até mesmo como forma de prevenção de tais doenças. “Se você incentivar os hábitos alimentares saudáveis e prática de atividade física para seus filhos, e eles iniciarem desde pequenos, dificilmente eles sofrerão com distúrbios alimentares. Desde criança dê o exemplo ao seu filho, tenha sempre em casa variedade de frutas, verduras e legumes e explique a importância em manter bons hábitos de vida desde a infância”, diz. Ela explica que assim poderá prevenir seus filhos tanto de transtornos alimentares quanto de doenças crônicas, como a diabetes e a hipertensão.
Quanto ao acompanhamento médico feito para essas pessoas com distúrbios alimentares, seja ele qual for, é um tratamento com uma equipe multidisciplinar. De acordo com Hortência, o nutricionista irá agir de acordo com o grau do distúrbio que o paciente possui, mas na maioria das vezes, se inicia pela educação nutricional, demonstrando todos os grupos alimentares e a importância de consumi-los diariamente. “Vamos corrigindo aos poucos as deficiências nutricionais e inserindo os alimentos saudáveis novamente na rotina alimentar da paciente”, diz.
Anorexia e Vigorexia
De acordo com a nutricionista a anorexia é caracterizada quando a paciente possui uma perda ponderal considerável, de forma rápida, pois deixa de se alimentar ou possui uma ingestão alimentar insuficiência, bem abaixo do que realmente necessita. Já a vigorexia é uma obsessão por atividade física e principalmente pelo corpo musculoso. “Nos dois casos há distorção da autoimagem do corpo. Enquanto as pessoas anoréxicas se veem acima do peso, mesmo se encaixando com desnutrição e magreza grave, as pessoas com vigorexia usualmente se descrevem como fracos, pequenos, mesmo tendo desenvolvido musculatura acima da média”, explica.
Essas doenças causadas pela má alimentação estão associadas ao culto à beleza, algo que, segundo o psicólogo Wadson Arantes Gama, é um ponto negativo trazido pela modernidade, com os perfis traçados pela sociedade de formas e corpos tidos como perfeitos. “Não existe predisposição nesses casos, se trata da forma como o indivíduo responde as questões que acontecem durante a vida, quanto a sua beleza estética, física, enfim. As pessoas impõem determinados padrões, nos quais ela pode ou não se enquadrar”, explica. Ele cita que em algumas situações quando o indivíduo não consegue chegar ao “ideal”, começa a desenvolver os distúrbios alimentares, para tentar se adequar ao que a sociedade ou ele próprio se cobra.
O psicólogo cita, como exemplo, as mulheres que até um tempo estava malhando muito, e adquirindo muitos músculos, hoje, ele diz que isso já não é mais uma tendência e elas estão deixando esse perfil de lado para algo mais delicado. “Elas mudaram para uma versão mais magra, mais natural, o que também pode se tornar uma tendência. A própria sociedade cultua essa magreza estrema se não tomarmos cuidado a pessoa pode desenvolver uma bulimia ou anorexia”, diz. A fragilidade de sentimentos como de menos valia ou de perda não está vinculada só a estética, mas também com a forma como a pessoa se relaciona com o próprio corpo. Wadson diz que na anorexia a pessoa pensa que está fora do peso sempre, e por esse motivo quer emagrecer a todo custo, ela se sente diferente dos outros. Já na vigorexia o indivíduo também tem uma autoimagem distorcida no seu histórico de vida, eles normalmente não conseguem manter o equilíbrio do que é o ideal.
Segundo o psicólogo, para detectar que a pessoa está com bulimia é mais difícil, já que normalmente não há grandes mudanças no aspecto físico do paciente. “A pessoa se alimenta até bem, mas força o vômito um tempo depois. Ela sofre com sua autoimagem e acaba desenvolvendo vários problemas de saúde, inclusive pelo suco gástrico que volta na garganta e no sistema digestivo ao vomitar com tanta frequência”, diz. Infelizmente em muitos casos, quando os familiares descobrem e tentam ajudar a doença já está avançada e grave. Felizmente pessoas com distúrbios alimentares podem se curar, e para que isso ocorra ele precisará da ajuda de profissionais como: psicólogo, psiquiatra, educador físico e até mesmo do nutricionista.
Pessoas com disfunção alimentar sofrem por não se sentirem inseridas na sociedade por mais que haja o diálogo, onde a família tenta mudar essa visão. “Eles fazem de tudo para ter o corpo ideal, esses distúrbios dependendo de sua gravidade podem sim levar o paciente a morte”, diz.
Adolescência frágil
Segundo os especialistas consultados na reportagem, a adolescência é um dos períodos em quem as pessoas estão mais propensas às disfunções alimentares. A assistente de suporte de Tecnologia da Informação (TI) Mariane Moreis Batista, 23 anos, teve anorexia aos 14 anos, apesar de nunca ter sido sedentária, praticar vários esportes e até então se alimentar bem, isso não a livrou da doença. Tal situação demonstra que tanto o próprio indivíduo quanto a família devem estar atentos para qualquer alteração de comportamento, com o intuito de constatar a doença o quanto antes.
A assistente que superou a doença há alguns anos, conta que tudo teve início ao engordar um pouco logo após deixar as aulas de natação. “De qualquer forma eu ainda sim estava com peso normal pra minha idade e tamanho, mesmo assim, fui dar ouvidos a uma professora que tinha na época, da qual eu era muito próxima, enfim, ela me passou uma dieta que ela fazia, e eu muito ingênua segui o conselho sem nenhum tipo de acompanhamento médico”, diz. Nesse momento começou o drama de Mariane, ela é um exemplo de que as mães e os próprios adolescentes devem estar atentos aos conselhos e observações de terceiros quanto ao seu aspecto físico, nem tudo deve ser levado à risca, e se algo te incomoda, vá a um médico, não fique preso a achismos.
Mariane conta que no início do regime emagreceu um pouco, mas que com o tempo a situação saiu do controle e ela começou a perder muito peso. “Com medo de engordar fui diminuindo cada vez mais a quantidade de comida, e continuei emagrecendo, nesse tempo, eu voltei a fazer natação, e isso contribuiu ainda mais pra minha perda de peso no fim, eu que pesava 50 kg, que era o peso normal para uma pessoa da minha idade”, diz. Ela conta que chegou a pesar 36 kg, calças no tamanho 34 ficavam largas, além disso, o Índice de Massa Corporal (IMC) de uma pessoa saudável é de aproximadamente 18, o da garota chegou a 13. Ou seja, ela já estava com problemas de saúde por conta da magreza extrema.
Para continuar o tratamento, Mariane precisou deixar a natação, porque a atividade piorava ainda mais sua situação, ela chegou a ficar internada tomando soro de tão debilitada. “Quando minha mãe notou como eu estava e percebeu meu problema, comecei a fazer um tratamento com um psicólogo e um psiquiatra, inclusive com remédios, porque junto com a anorexia veio também uma depressão. Eu estava na 8º série na época, não sofria preconceito, mas certo bullying, de crianças que na época não tinham ideia do meu problema”, conta. Mariane diz que o que dificultou seu tratamento foi ela mesma não conseguir enxergar a sua condição, a magreza extrema em que se encontrava. Ela diz que se olhava no espelho e se considerava normal como as outras garotas, o que não ajudava no tratamento.
A mãe da assistente sofreu muito na época e chegava a vigiá-la enquanto ela se alimentava, para ter certeza que ela estava fazendo suas refeições corretamente, e tinha toda razão para fazê-lo, de acordo com Mariane ela burlava a mãe e às vezes fingia que ia almoçar e jogava a comida no lixo. “O passo inicial para minha cura veio da minha própria vontade, quando eu finalmente reconheci que tinha um problema, por fim, aceitei ir a uma nutricionista, e tive que fazer uma dieta para engordar, meu tratamento para recuperar meu peso durou cerca de seis meses, porque às vezes eu ‘burlava’ minha dieta de engorda”, explica. Ela conta que em cerca de dois anos ela concluiu o tratamento, tudo com o auxílio essencial da família, amigos e inclusive de alguns professores na época.
Assim como os especialistas citaram a Mariane considera muito importante o papel da autoestima para a batalha conta a anorexia, para ela ter esse sentimento por si mesma faz toda diferença para quem tem esses distúrbios. “Eu sei disso porque muitas vezes me via perguntando para os meus amigos se eu havia engordado, era como se eu tivesse que ser magra para ser uma pessoa feliz, se você for parar pra pensar, essas revistas femininas pregam isso”, diz.
Alimentação
O papel do nutricionista nesses casos é de suma importância tendo em vista que ele auxiliará com a educação nutricional, ensinando a importância de se comer de maneira saudável. A nutricionista Hortência Guimarães Carvalho, explica que infelizmente é perceptível que o número de pessoas com transtornos alimentares está crescendo, e cada vez mais reduzindo a idade em que isso ocorre principalmente no que tange ao sexo feminino.
Ter as atrizes e celebridades como padrão de corpo perfeito pode ser um dos problemas segundo a nutricionista. “Muitas meninas as veem e tem isso como padrão de corpo ideal, e na obsessão de conseguirem ficar iguais chega ao ponto de desenvolver alguns transtornos alimentares, deixando de lado sua saúde, podendo chegar até à morte”, diz.
Os distúrbios podem ser revertidos a favor do paciente, tendo em vista que a partir do momento em que ele se dá conta do problema e supera, pode passar a ter uma alimentação bem mais adequada. “Primeiramente deve ser trabalhado o psicológico do paciente, e aos poucos voltar a inserir os alimentos. Sempre relatando a importância de se ter uma alimentação saudável, equilibrada e variada, com todos os grupos alimentares”, explica a nutricionista.
Existem vários tipos de distúrbios, em alguns a pessoa come muito e em outros ela deixa de comer para entrar nos “padrões” que considera ideias. Segundo Hortência, levando em consideração a rotina corrida das pessoas nos dias de hoje, o ideal é primeiramente evitar o jejum prolongado (o que a maioria das pessoas não fazem), assim você não ficará com muita fome e dificilmente irá exagerar nas quantidades quando for se alimentar novamente. “Então se alimente a cada 3 horas, inserindo nos lanches frutas e oleaginosas, como as castanhas. O segredo é evitar o jejum prolongado e não passar fome!”, ressalta.
Se alimentar bem desde criança, pode influenciar quanto ao desenvolvimento ou não desses distúrbios, e ser tratada até mesmo como forma de prevenção de tais doenças. “Se você incentivar os hábitos alimentares saudáveis e prática de atividade física para seus filhos, e eles iniciarem desde pequenos, dificilmente eles sofrerão com distúrbios alimentares. Desde criança dê o exemplo ao seu filho, tenha sempre em casa variedade de frutas, verduras e legumes e explique a importância em manter bons hábitos de vida desde a infância”, diz. Ela explica que assim poderá prevenir seus filhos tanto de transtornos alimentares quanto de doenças crônicas, como a diabetes e a hipertensão.
Quanto ao acompanhamento médico feito para essas pessoas com distúrbios alimentares, seja ele qual for, é um tratamento com uma equipe multidisciplinar. De acordo com Hortência, o nutricionista irá agir de acordo com o grau do distúrbio que o paciente possui, mas na maioria das vezes, se inicia pela educação nutricional, demonstrando todos os grupos alimentares e a importância de consumi-los diariamente. “Vamos corrigindo aos poucos as deficiências nutricionais e inserindo os alimentos saudáveis novamente na rotina alimentar da paciente”, diz.
Anorexia e Vigorexia
De acordo com a nutricionista a anorexia é caracterizada quando a paciente possui uma perda ponderal considerável, de forma rápida, pois deixa de se alimentar ou possui uma ingestão alimentar insuficiência, bem abaixo do que realmente necessita. Já a vigorexia é uma obsessão por atividade física e principalmente pelo corpo musculoso. “Nos dois casos há distorção da autoimagem do corpo. Enquanto as pessoas anoréxicas se veem acima do peso, mesmo se encaixando com desnutrição e magreza grave, as pessoas com vigorexia usualmente se descrevem como fracos, pequenos, mesmo tendo desenvolvido musculatura acima da média”, explica.
Foto: Divulgação
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