Brasil é o segundo maior realizador de cirurgias plásticas
São mais de 905 mil procedimentos feitos por ano no País
Os altos números devem-se, principalmente, às populares cirurgias mamárias, diz a SBCP - ALDO V. SILVA
A busca pela perfeição. É o que move milhões de brasileiros e brasileiras a recorrer às cirurgias plásticas todos os dias. Talvez seja por isso que o País ocupe o segundo lugar na lista dos maiores realizadores de cirurgias plásticas estéticas em todo o mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. São mais de 905 mil procedimentos por ano: a cada 10 cirurgias realizadas no planeta, uma é feita em território nacional, explica a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
E para dar conta desta demanda, os brasileiros contam com pouco mais de cinco mil profissionais, o que representa 16% dos cirurgiões plásticos do mundo. O Brasil ainda detém o título de, segundo o cirurgião plástico Ednei José Silva, sede do maior Congresso Mundial de Cirurgia Plástica, realizado no Rio Grande do Sul, em outubro do ano passado. Os altos números devem-se, principalmente, às populares cirurgias mamárias.
Entende-se por cirurgia mamária a redução do volume das mamas, o aumento das mamas por meio do implante de próteses, a correção das famosas mamas caídas (ou ptose mamária) e os procedimentos reparadores oncológicos, em que são retirados cistos e nódulos mamários. "São as cirurgias de implante estético que fazem disparar o número de cirurgias mamárias e levam muitas pacientes, desde tenra idade, a procurar o cirurgião", explica o médico. E a prótese pode ser colocada mesmo antes de a mulher ser mãe: existem estudos para comprovar que não interfere em nada na amamentação do bebê.
As mulheres que procuram a cirurgia de redução de mamas, por outro lado, são aquelas que apresentam queixas físicas de dor nas costas, assaduras nas dobras mamárias e que sentem incômodo com as tiras do sutiã. "Mas o equilíbrio e a harmonização corporal também são importantes, pois a mama está um pouco desproporcional ao volume do corpo." Já quando a mama regride e a pele fica sobrando, a cirurgia é individualizada e depende de cada paciente. Pode ser colocado um implante mamário para a correção da queda ou, então, o cirurgião pode fazer a operação apenas com o tecido mamário da mulher. As mamas caídas são reflexo de vários fatores, em especial o período pós-gestação de amamentação.
A cirurgia reparadora, por sua vez, é um pouco mais complexa. "Isto porque dependemos muito do que o mastologista ou o cirurgião oncológico realizam", conta Ednei. Quando realizado ao mesmo tempo, é um procedimento multidisciplinar: após a ação do mastologista ou cirurgião oncológico, o cirurgião plástico se responsabiliza pela reconstrução da mama operada com tecidos de implante mamário (em situações mais simples) ou com "retalhos" de tecido do próprio corpo da mulher.
Mas a retirada dos seios como forma de prevenção ao câncer de mama, realizada pela atriz Angelina Jolie há poucos meses, é uma decisão que só deve ser tomada em casos extremos, nos quais a probabilidade de a paciente vir a desenvolver a doença é grande. "O mastologista faz um estudo genético da mulher antes de começar a pensar na indicação. É um procedimento radical e que precisa ser muito bem avaliado para saber se é realmente válido."
Após os 16 anos
O problema é que, de acordo com o especialista, a cirurgia mamária estética vem sendo procurada por pacientes cada vez mais novas. "As meninas têm vontade de ter uma aparência mais adulta, de colocar roupas apertadas e deixar aparecer um pouco mais as curvas." Nestes casos, é preciso haver uma avaliação correta do cirurgião: as pacientes e seus pais ou responsáveis devem ser orientados de que, dependendo da idade, a menina ainda não está pronta para a cirurgia. "O procedimento deve começar a ser pensado a partir dos 16 anos, no mínimo. Temos que esperar a formação natural das mamas e o organismo se desenvolver totalmente", adverte.
Quando realizada na idade correta e com todos os cuidados necessários, no entanto, a cirurgia estética pode trazer muitos benefícios. A felicidade do pós-operatório e a autoestima muito mais sensível são claramente notadas pelos cirurgiões. "O nosso retorno é saber que a paciente trabalhou a sua queixa e conseguiu se livrar do problema, da angústia", conta Ednei. Diante do resultado, explica ele, a pessoa se transforma: muda o cabelo, a roupa, o sorriso e se ilumina toda por ter realizado um sonho. (Supervisão: Cida Vida)
Notícia publicada na edição de 14/08/13 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 010 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
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