Busca pela barriga negativa é a nova obsessão entre as malhadoras

Médicos e personal trainers ensinam os caminhos para conseguir o visual

Isabela Caban
A angel Candice Swanepoel: musa da barriga negativa Foto: MARIO ANZUONI / REUTERS
A angel Candice Swanepoel: musa da barriga negativa MARIO ANZUONI / REUTERS

Chegar lá, explicam os especialistas, é para poucas. Isso porque não depende apenas de dedicação na academia e disciplina nas refeições.
— Conseguir a barriga negativa depende muito da estrutura óssea de cada um, da genética. Se o seu corpo não tiver essa propensão, será extremamente difícil atingir a meta. Vai exigir demais e aí pode ser até perigoso. É preciso ter o acompanhamento de um profissional — alerta o personal trainer Gustavo Caputi.
A onda ganhou força depois que a modelo sul-africana Candice Swanepoel postou na internet sua silhueta pra lá de enxuta, rendendo elogios (e críticas) pela magreza extrema. Domingo passado, ela e sua barriga voltaram a ser notícia na rede, com uma nova foto — desta vez, bronzeando-se num colchão na piscina.
A executiva Priscila Martello admite que acha bonita a nova moda e já começa a exibir uma certa concavidade no seu abdômen.
— Sei que há um limite, que não depende de querer ou não. Não tenho uma estrutura supermagra e, mesmo se emagrecer muito, nunca serei igual à modelo — conforma-se.
— O importante é saber que qualquer mudança no corpo não se dá a curto prazo — complementa Gustavo Caputi, instrutor de Priscila na Cia Athlética, na Barra.
Para Priscila, dar duro na academia não é sacrifício. Depois de uma adolescência acima do peso, ela passou a gostar da rotina na academia, mantida há mais de dez anos. Hoje, aos 31, 1,69m de altura e 63 quilos, faz musculação, spinning, stand-up paddle e pilates. Também já investiu em sessões de Velashape, aparelho de radiofrequência para reduzir medidas, e mantém uma alimentação à base de poucos carboidratos e sal, e com muita fibra.
A equação está correta, de acordo com a nutricionista Fernanda Ganem.
— Só não pode exagerar nas fibras e esquecer de beber muita água — complementa a especialista. — Outros itens que devem entrar no cardápio são chá verde, frutas, verduras, grãos integrais e abacate.
Gabriela Pugliesi, de 27 anos, “musa” no Instagram, elege a alimentação como “a” peça chave do projeto barriga para dentro.
— Para mim, é o que mais define a barriga. Parei de comer besteiras nos fins de semana e, de cinco meses para cá, deu um up incrível — conta. — Malho seis vezes na semana, fico uma hora e meia na academia, além de lutar muay thai. O abdômen entra indiretamente em todos os exercícios.
Sua maratona de academia, suplementos e refeições transformou a moça num fenômeno na internet, integrando um seleto grupo de belas blogueiras que mantêm o mesmo hábito de malhar e postar fotos. Gabriela chegou a abandonar o emprego numa joalheira de São Paulo para se dedicar aos posts. São 171 mil (!) seguidores no Instagram. Sem querer entrar em polêmica em torno da obsessão por barriga negativa, ela se defende:
— Tenho é barriga positiva, vendendo saúde.
A barriga da funcionária pública Marguerita Russomano divide opiniões: seria negativa ou não? Tem muitos músculos, no estilo tanquinho, mas também há ossos à vista.
— Fiz duas cesáreas já, não sei, né? — reforça a dúvida.
Fato é que, aos 40 anos, a silhueta dela dá inveja em muita menina da BodyTech do Leblon, onde esculpe o corpão. Marguerita conta que notou muita diferença no abdômen depois que passou a adotar exercícios funcionais para melhorar as frequentes dores na coluna. A professora de Educação Física Mariana Garcia explica que a série funcional dá bons resultados porque fortalece os músculos da região usando o peso do próprio corpo:
— São aqueles exercícios em que se usam bolas e outros acessórios. Causam algum desequilíbrio, para o aluno fazer força para se equilibrar.
Para entrar como coadjuvante nessa dobradinha exercício-alimentação, além das supermáquinas de ultrassom e radiofrequência (capazes de eliminar gorduras e melhorar o contorno), existem os cremes tópicos, normalmente à base de cafeína, que também prometem derreter a gordura. A dermatologista Daniela Nunes esclarece, porém, que eles não chegam às células adiposas, por isso tendem a atuar mais no aspecto da pele.
— O interessante é que na aplicação acabamos fazendo uma massagem que pode acelerar o metabolismo e, aí sim, ajudar nas medidas — diz a médica. — O ideal seria se dedicar a esse ritual duas vezes ao dia.


Leia mais sobre esse assunto em http://ela.oglobo.globo.com/beleza/bem-estar/busca-pela-barriga-negativa-a-nova-obsessao-entre-as-malhadoras-8502927#ixzz2UioVaGAR
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