Governo sul-coreano vai multar o uso de minissaias
Decreto da presidente Park Geun-hye prevê multa de 90 reais para quem usar roupas que deixem o corpo muito exposto. Celebridades e opositores criticam
Grupo de K-pop Girls Generation: as meninas terão de aumentar o comprimento do vestido depois do início da vigência da lei de superexposição na Coreia do Sul (Chris McGrath/Getty Images)
Membros da oposição questionaram a interferência do estado no modo de se vestir dos cidadãos e alegaram violação da liberdade de expressão. “O governo de Park Geun-hye nos dá motivo para preocupação de que estamos voltando para a era quando o comprimento do cabelo e da saia era regulado”, disse um membro do partido União Democrática.
A lei foi comparada com restrições similares impostas nas décadas de 1960 e 1970, durante o governo de Park Chung-hee, pai da atual presidente, informou a rede CNN. Na época, as saias que terminavam 20 centímetros ou mais acima do joelho eram proibidas na Coreia do Sul.
No país, a moda de roupas curtas invadiu as ruas de Seul e outras grandes cidades sul-coreanas, principalmente depois do estouro do K-pop, liderado por boy e girlbands que apostam em roupas justas e curtas para atrair o público. As mulheres trocaram as calças e saias longas por leggings, micro shorts e minissaias. Muitos videoclipes, inclusive, foram classificados como proibidos para menores de 19 anos. No final do ano passado, o estilo musical foi impulsionado mundialmente com o single Gangnam Style, do rapper sul-coreano PSY.
Além de opositores ao governo, personalidades do país também reagiram contra a medida. “A multa por superexposição é real? Estou perdida”, postou a cantora e atriz Lee Hyori, mais famosa sex symbol do país, em seu perfil no Twitter. A cantora Nancy Lang publicou uma foto segurando notas no valor da multa próximo ao seu decote.
A polícia sul-coreana se defendeu das críticas e declarou que a multa por superexposição não tem a ver com o tamanho da saia ou outras roupas que deixam partes do corpo à mostra. “Essa medida é para casos como nudez e indecência pública”, disse o inspetor Ko Jun-ho, da Agência Nacional de polícia. “Qualquer comentário de que estamos regulando o que as pessoas vestem é completamente falso”.
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