grande Giorgetti
Time grande
17 de fevereiro de 2013 | 2h 04
Ugo
Giorgetti - O Estado de S.Paulo
Barcos saiu
do Palmeiras de maneira súbita e traumática. As causas dessa saída intempestiva
foram, em primeiro lugar, a vontade de Barcos de não ser esquecido pela seleção
argentina ao jogar num clube que vai disputar a Série B do Brasileiro e, por
parte do Palmeiras, sua fraqueza de clube decadente, que perde sucessivas
paradas para equipes mais poderosas.
Esse tipo de explicação correu pela imprensa, por isso vale a pena examiná-lo. Falemos de Barcos. Quem era ele antes de chegar ao Palmeiras? Um jogador absolutamente desconhecido, rondando os 30 anos de idade, de reputação obscura até em seu país de origem, a Argentina. O Palmeiras o resgatou da LDU do Equador e, em um ano, Barcos fez uma carreira que não tinha conseguido fazer em dez anos.
Sua imagem se tornou conhecida no Brasil inteiro e fora dele. Ganha hoje o que, suponho, jamais sonhou ganhar em sua vida anterior no futebol. E foi lembrado para a seleção argentina justamente porque jogava no Palmeiras. Buenos Aires, como se pode comprovar pelos anos anteriores, não prestava muita atenção em Barcos, mas presta muita no Palmeiras.
E foi só ao jogar no "decadente" Palmeiras que Barcos chegou à seleção argentina. Seu raciocínio de que estará mais perto da seleção de seu país mudando de clube, na minha opinião, é mais do que equivocado. Grandeza tem componentes misteriosos que não vem ao caso enumerar. Posso ser mal compreendido e ofender clubes e torcidas. Mas é evidente que, e Barcos devia ser o primeiro a entender, ele deve quase tudo, para não dizer tudo, ao fato de ter jogado num clube realmente grande. Grandeza que repercute no Brasil inteiro e além. Na Argentina, pelo menos.
O Palmeiras já está além e acima das vitórias e tropeços, materiais de que é feita sua história única, e acostumou-se a ser fiel aos entrechos das óperas que estão na sua origem. Confuso, difícil de entender, tempestuoso, como certos enredos, às vezes ópera buffa, outras trágica, muitas outras heroica. Esse episódio Barcos, ao invés de revelar a fraqueza do clube, revela sua grandeza.
Há, porém, quem não tenha entendido nada do episódio. Por exemplo, o pai e empresário de um jogador do Grêmio que, ao ver o nome do filho envolvido na negociação com o Palmeiras, declarou que seu filho não jogaria num clube fracassado como o Palmeiras. Acho que ele devia aproveitar a presença de Barcos em Porto Alegre para falar com ele sobre o que é jogar no Palmeiras. O filho desse empresário também é um jogador de quem ninguém ouviu falar, de carreira igualmente modesta. Nessas condições, e olhando Barcos, deveria, ao contrário, pedir de joelhos, implorar para jogar no Palmeiras. Talvez em um ano, com um pouco de talento, todo o Brasil iria conhecê-lo.
E não devia se acanhar de jogar a Série B do Campeonato Brasileiro, até porque a simples presença do Palmeiras transforma a Série B em Série A.
Esse tipo de explicação correu pela imprensa, por isso vale a pena examiná-lo. Falemos de Barcos. Quem era ele antes de chegar ao Palmeiras? Um jogador absolutamente desconhecido, rondando os 30 anos de idade, de reputação obscura até em seu país de origem, a Argentina. O Palmeiras o resgatou da LDU do Equador e, em um ano, Barcos fez uma carreira que não tinha conseguido fazer em dez anos.
Sua imagem se tornou conhecida no Brasil inteiro e fora dele. Ganha hoje o que, suponho, jamais sonhou ganhar em sua vida anterior no futebol. E foi lembrado para a seleção argentina justamente porque jogava no Palmeiras. Buenos Aires, como se pode comprovar pelos anos anteriores, não prestava muita atenção em Barcos, mas presta muita no Palmeiras.
E foi só ao jogar no "decadente" Palmeiras que Barcos chegou à seleção argentina. Seu raciocínio de que estará mais perto da seleção de seu país mudando de clube, na minha opinião, é mais do que equivocado. Grandeza tem componentes misteriosos que não vem ao caso enumerar. Posso ser mal compreendido e ofender clubes e torcidas. Mas é evidente que, e Barcos devia ser o primeiro a entender, ele deve quase tudo, para não dizer tudo, ao fato de ter jogado num clube realmente grande. Grandeza que repercute no Brasil inteiro e além. Na Argentina, pelo menos.
O Palmeiras já está além e acima das vitórias e tropeços, materiais de que é feita sua história única, e acostumou-se a ser fiel aos entrechos das óperas que estão na sua origem. Confuso, difícil de entender, tempestuoso, como certos enredos, às vezes ópera buffa, outras trágica, muitas outras heroica. Esse episódio Barcos, ao invés de revelar a fraqueza do clube, revela sua grandeza.
Há, porém, quem não tenha entendido nada do episódio. Por exemplo, o pai e empresário de um jogador do Grêmio que, ao ver o nome do filho envolvido na negociação com o Palmeiras, declarou que seu filho não jogaria num clube fracassado como o Palmeiras. Acho que ele devia aproveitar a presença de Barcos em Porto Alegre para falar com ele sobre o que é jogar no Palmeiras. O filho desse empresário também é um jogador de quem ninguém ouviu falar, de carreira igualmente modesta. Nessas condições, e olhando Barcos, deveria, ao contrário, pedir de joelhos, implorar para jogar no Palmeiras. Talvez em um ano, com um pouco de talento, todo o Brasil iria conhecê-lo.
E não devia se acanhar de jogar a Série B do Campeonato Brasileiro, até porque a simples presença do Palmeiras transforma a Série B em Série A.
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