Vaidade em excesso pode indicar doença mental

Kirna Mota Nascimento - Redação Saúde Plena



Uma pesquisa feita na Universidade de São Paulo (USP) com 350 pessoas constatou que fazer uma plástica atrás da outra e nunca estar feliz com a aparência pode ser sinal de transtorno mental. A autora do estudo, a dermatologista Luciana Conrado, explicou que esse problema, que é conhecido como “dismorfofobia” (transtorno dismórfico corporal) ou “Síndrome de Quasímodo” (uma referência ao Corcunda de Notre Dame – personagem de Victor Hugo), atinge 14% das pessoas que já fizeram ou pensam em fazer alguma intervenção estética.
Pessoas que têm a doença se acham mais feios do que são, tem uma preocupação exagerada com algum defeito que elas pensam ter ou que é imperceptível. Porém, vale lembrar que todos podem ter momentos de baixa autoestima, mas para a ‘feiúra imaginaria’ se tornar um transtorno o incômodo tem de ir muito além de reclamações sobre o corpo.

O caso mais exemplar é o do cantor Michael Jackson, que morreu no ano passado. Outro que ganhou espaço na mídia internacional é o da socialite estadunidense Jocelyn Wildenstein, que gastou cerca de US$ 4 milhões (quase R$ 6,5 milhões) em plásticas para obter a aparência de um felino.

Luciana Conrado acrescenta que não há causas determinadas para o transtorno. O incomodo exagerado com a aparência pode acontecer aos poucos ou, então, de uma hora para a outra. O que se sabe é que muitas pessoas apresentam outros problemas psicólogas associados. “Mais de 80% desses pacientes já tiveram casos de depressão”, disse ela.

Há estudos que relacionam a incidência de dismorfofobia com anorexia ou então com TOC (transtorno obsessivo compulsivo). Muitas vezes, o transtorno é confundido com vaidade excessiva, timidez ou fobia social. O grande problema é a dificuldade de diagnóstico. É muito difícil saber que uma pessoa tem a doença sem conhecer todo o histórico.
Além da anorexia e da dismorfobia, outro transtorno que pode ser desenvolvido por excesso de vaidade é a vigorexia, caracterizada pelo excesso de musculação, é o que está se tornando mais frequente. O vigoréxico se vê muito fraco e tem uma compulsão por se tornar mais forte, seja através de exercícios físicos ou do uso de drogas, como anabolizantes. Um ambiente que hipervaloriza a estrutura corporal pode deflagrar o distúrbio em quem tem tendência. Esse trantorno é mais comum em homens, especialmente os de 18 a 35 anos, com baixa autoestima e visão distorcida do próprio corpo. Eles costumam dedicar pelo menos 3 a 4 horas diárias à modelação física. “Os mais propensos são os homens com baixa autoestima, perfeccionistas, com tendência obsessiva-compulsiva, depressiva e de ansiedade. A saída é aceitar o seu tipo de corpo e entender que a mídia promove, frequentemente, imagens não realistas do corpo masculino
Porém mulheres também podem desenvolver o transtorno. Segundo o jornal britânico “Daily Mail”, a cantora pop Madonna, de 50 anos, é uma das vítimas da doença. Ela dedica pelo menos 3 horas diárias à malhação. “Os músculos de Madonna não são superdimensionados com relação ao de um atleta olímpico, porém o que é incomum é o quanto harmônicos e bem-definidos eles são”, avaliou Martin MacDonald, especialista em “body composition” (composição corporal, em tradução livre) da Universidade de Loghborough, da Grã-Bretanha, à Folha Universal.
É importante que as pessoas que comecem a emagrecer muito rápido, ou que malham muitas horas por dia, que tem um crescimento muscular exagerado em pouco espaço de tempo, que fazem plásticas seguidas, que sempre reclamam do corpo ou de alguma parte específica de forma exagerada, sejam observados e encaminhados a um especialista. Essas doenças tem cura, mas o tratamento é longo e delicado.



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