Por que Gordos Felizes incomodam tanto?
Sunday, 30 January 2011
Por que Gordos Felizes incomodam tanto?
Por: Dona Farta
Depois de um longo e tenebroso inverno, Titia Farta está de volta! E mais uma vez pra tentar “desenhar” aquilo que as pessoas insistem em não entender: Preconceito X Igualdade de Direitos.
Não há melhor exemplo pra desenvolver o assunto neste momento do que a “febre” Big Brother Brasil – reality show que está em sua 11ª edição e que, críticas à parte quanto à sua qualidade ou utilidade, mais uma vez lança uma polêmica que pode ser bem válida.
A polêmica, no caso, atende pelo nome de Paula. “Paulinha” – para aqueles que já ficaram “íntimos” –, a loirinha-furacão de Roraima que em pouco mais de duas semanas de programa já monopolizou todas as rodas de discussão sobre o BBB.
Antes de mais nada, preciso deixar BEM claro que não tenho procuração pra defender Paulinha ou quem quer que seja, e nem pretendo fazer isso, até porque não a conheço e estou tão vendida quanto vocês, refém da edição *cof cof* “imparcial” da TV Globo e da meia dúzia de informações que circulam na mídia sobre os participantes.
O que eu gostaria de fazer, sem defender nem crucificar ninguém, é aproveitar a polêmica pra mais uma vez manifestar minha indignação com o preconceito nojento que as pessoas têm contra os gordos, e que, ao contrário do que gostaríamos, sempre pode nos surpreender de maneira negativa, haja vista tudo que Paulinha já passou dentro do BBB – ser apelidada de “jabulani” e “miss piggy”, dentre outras coisas – , sem contar tudo que as pessoas têm falado sobre ela aqui fora.
A polêmica começou na estréia do programa, quando Paulinha apareceu espremida num minúsculo vestido preto que ostentava cada detalhe do seu corpo roliço. “Menina vulgar e sem noção”, bradavam alguns! “Está envergonhando a classe das gordinhas”, reclamavam outras. Essas, inclusive, da própria “comunidade plus size”.
Era apenas o começo porque Paulinha não estreou no reality show naquele vestido de gosto duvidoso à toa. O vestido, digamos assim, era uma pequena amostra de sua personalidade – ousado, extravagante, assanhado e, dependendo do ponto de vista, beirando a vulgaridade. Assim é Paula, ou pelo menos é assim que ela (ou a edição do programa) tem se mostrado.
Até aí, qual a novidade? Estamos na 11ª. edição do BBB e mulheres extravagantes, ousadas e que beiram a vulgaridade (ou mergulham nela de cabeça) não surpreendem mais. Há quem diga, aliás, que o objetivo de uma mulher ao entrar num reality show é a exposição mesmo, porque se elas não faturarem o prêmio principal, pelo menos faturam alguma grana com a exposição de seus corpos em revistas e sites do ramo depois. Desde que o Mundo é Mundo é assim, quer dizer, desde que o BBB é BBB é assim.
E por que raios então a nossa “Beth Ditto” loira (como diz o querido amigo @stapafurdyo) causou tanto furor, se não foi a primeira e nem será a última mulher a se expor desta maneira num reality show?
Ora, pelo motivo óbvio: Porque ela, segundo os padrões estéticos “vigentes”, é GORDA. E enquanto GORDA não poderia participar de um reality show como o BBB, e, participando, não poderia ser ousada, assanhada ou vulgar, porque isso, ora ora, é uma exclusividade das magrelas e/ou gostosonas.
Onde já se viu uma mulher gorda cheia de autoestima? Onde já se viu uma mulher gorda que pensa que pode sair por aí seduzindo quem ela bem entende? Onde já se viu uma mulher gorda que se permite usar roupas ousadas e aparecer na televisão desse jeito? Que absurdo!, dizem alguns! Que vergonha!, dizem outros.
Diante de tanta indignação, a pergunta que não quer calar é: num reality show como o BBB, por onde já passaram mais de 70 mulheres ao longo dos últimos 10 anos, mulheres de (quase) todas as raças, cores, estilos, idades e comportamento; num reality show em que mulheres já se permitiram transar dentro da casa, compartilhar e/ou trocar de “namorados”, já “pagaram peitinho” e outras cositas más e já ultrapassaram todos os limites da compostura e/ou vulgaridade, por que raios justamente a Paulinha é pega pra Cristo? A resposta, mais uma vez, é óbvia: Porque ela é GORDA.
O problema, meus amores, é que para as pessoas em geral o Gordo é sempre alguém que “paga o preço” de ser gordo com frustrações sexuais. Para as pessoas, o Gordo é aquele que sempre terá problemas/complexos com seus corpos, dificuldades para estabelecer relacionamentos e outras coisas do tipo. Para as pessoas o Gordo, por mais “feliz” que demonstre ser, é alguém que vai ser sempre condenado a viver sob a sombra de seus complexos, porque ser gordo é feio, logo, não é possível ser feliz assim.
Ora, Ora, Ora… Eis a nossa personagem do momento aí pra dar um tapa na cara da sociedade e mostrar que não é bem assim.
Paulinha incomoda demais porque não precisa levantar bandeiras a favor da fartura para se sentir segura, nem se esconder atrás de um discurso politicamente correto. Ela não precisa comer pouco pra fazer a linha “sou gorda porque tenho problemas genéticos e não porque como muito”. Ela não precisa vestir burca pra fazer a linha “tenho noção de que meu corpo não atende os padrões e por isso vou ser discreta”. Ela não precisa abrir mão dos seus prazeres nem fazer linha nenhuma, porque ela é – ou pelo menos é assim que a tenho visto – autêntica. Tem autoconfiança, acredita na sua beleza (e particularmente acho-a muito bonita mesmo), no seu corpo e no seu poder de sedução. Não vincula sua possibilidade de viver qualquer situação ao seu corpo – são coisas independentes. Ela é o que é e faz o que acha que deve fazer sem usar seu corpo roliço como escudo pra se podar. Isso se chama CORAGEM. E por isso incomoda tanto, especialmente os covardes reféns dos padrões!
Vejam que não estou aqui “defendendo” as atitudes da Paula, tampouco crucificando. Assim como todo mundo, tenho também minhas reservas quanto ao que, vez ou outra, considero exagero, mas… e daí? Por acaso ela está lá como representante de uma classe? Por acaso ela é Embaixatriz da Moral e dos Bons Costumes? Por acaso ela deve satisfações sobre o modo como escolheu viver a mim, a você, a qualquer um?
Se trocentas mulheres de diversos comportamentos já participaram do BBB agindo como bem entendiam, por que raios Paulinha não pode? Pode sim! E você tem todo o direito de reprová-la. Só não pode vincular sua reprovação ao fato de ela ser Gorda, porque aí sim, é preconceito. Puro e Autêntico Preconceito.
Numa discussão sobre o tema outro dia num post de um colega no Facebook, uma moça debateu comigo insistindo que “Paulinha tem problemas de autoestima e se finge de segura, mas se fosse segura não agiria como uma piranha” (sic!). Quer dizer, para esta moça – e ela é só um exemplo num mar de gente que pensa assim – o fato de Paulinha ser atirada tem ligação direta com sua autoestima, e ela precisa ser vulgar porque é o único modo que tem de conseguir alguma coisa. Raciocínio bem medíocre, diga-se de passagem. Se isso não é preconceito, eu não sei mais o que é.
Por que diabos ninguém questiona a autoestima das magrelas que, tal qual Paulinha (ou até de maneira mais ousada) também são “atiradas”? Por que ninguém dizia, por exemplo, que a Fani do BBB 7 tinha problemas de autoestima já que ficou o programa inteiro dividindo Diego Alemão com a Siri? Por que ninguém questionou a autoestima das moças que se envolveram sexualmente e/ou em carícias ousadas sob o edredom com participantes em outras edições?
Apedrejam Paulinha porque ela age exatamente como a grande maioria das mulheres que participa de um reality show – ela se expõe – mas não devia exclusivamente porque é Gorda e, enquanto Gorda, tinha que mostrar recato para avalizar o estigma preconceituoso de que gordos são frustrados e infelizes.Balela!
Por isso sou tão fã de Paulinha, apesar de conhecê-la tanto quanto conheço os demais participantes: quase nada. Não tenho instrumentos suficientes para julgar nenhum deles – e nem pretenderia – mas Paulinha ganhou meu respeito e admiração porque, sem dúvida, uma coisa ela é, pelo menos no BBB: Bem resolvida!
E num universo de pessoas – especialmente mulheres – mal resolvidas com seus corpos, vítimas da balança e da folha de alface de cada dia, uma mulher gorda, que come 8 fatias de pão de uma vez (como o “gentil” Pedro Bial fez questão de frisar outro dia), e mesmo assim acredita no seu poder de sedução, na sua beleza, permite-se usar biquínis minúsculos e vestidos escandalosos, causa mesmo muito incômodo e muita inveja!
A cereja do bolo foi ela ter ficado com Cristiano, o galã da casa. Não importa se ele ficou com ela por atração ou por estratégia de jogo – dizem que ele só quis fazer a linha do cara legal que pegou a gordinha (mais um preconceito?). O fato é que, não tivesse Paulinha segura de si, não teria se jogado nos braços do homem mais cobiçado da casa, temeria ser rejeitada, temeria levar um fora, temeria viver, como, aliás, temem muitas mulheres – gordas ou não.
O exemplo Paulinha é uma ótima ilustração para o que acontece o tempo todo na “vida real”. Falo com conhecimento de causa, inclusive. Perdi a conta das vezes em que fui taxada de vulgar (e outros adjetivos menos lisonjeiros) simplesmente porque me permitia usar as mesmas roupas que as magras, porque me sentia linda, me permitia namorar, badalar, causar por aí. E como sempre fui do time das Fartas, isso incomodava muita magrela “sem sal” que achava que a “competição” comigo estava ganha e quebrava a cara.
Porque, sim, é possível ser gorda e feliz. Mais que isso, é possível ser gorda e não viver em função disso – é só um corpo, que alguns acham atraente e outros não. É possível ser gorda e linda, interessante, gostosa, despertar desejos e ter uma vida sentimental / sexual plenamente feliz.
Sem moralismos, porque cada um tem seus limites morais de acordo com a própria história e as próprias crenças. Sem julgamentos, porque cada um tem liberdade de viver do jeito que bem entender. Sem preconceitos, porque no fundo no fundo um corpo é apenas um corpo – exposto ou não, e ninguém vai além se não houver conteúdo que o sustente.
Mais que um corpo magro ou gordo, há que se ter personalidade. E isso nossa Paulinha tem mostrado ter de sobra! Ressalvados os exageros, fica o exemplo!
Beijos Fartos, e, Go, Paulinha!!!
DI´PONIVEL < http://grandesmulheres.com/weblog/?p=3646 > ACESSO EM 31 DE JANEIRO
NÃO ACOMPANHO NENHUM BBB MAS O TEMA GORDO NÃO HÁ COMO PASSAR BATIDO
CPMENTEM O ASSUNTO AGUARDO!!!!!!
Por que Gordos Felizes incomodam tanto?
Por: Dona Farta
Depois de um longo e tenebroso inverno, Titia Farta está de volta! E mais uma vez pra tentar “desenhar” aquilo que as pessoas insistem em não entender: Preconceito X Igualdade de Direitos.
Não há melhor exemplo pra desenvolver o assunto neste momento do que a “febre” Big Brother Brasil – reality show que está em sua 11ª edição e que, críticas à parte quanto à sua qualidade ou utilidade, mais uma vez lança uma polêmica que pode ser bem válida.
A polêmica, no caso, atende pelo nome de Paula. “Paulinha” – para aqueles que já ficaram “íntimos” –, a loirinha-furacão de Roraima que em pouco mais de duas semanas de programa já monopolizou todas as rodas de discussão sobre o BBB.
Antes de mais nada, preciso deixar BEM claro que não tenho procuração pra defender Paulinha ou quem quer que seja, e nem pretendo fazer isso, até porque não a conheço e estou tão vendida quanto vocês, refém da edição *cof cof* “imparcial” da TV Globo e da meia dúzia de informações que circulam na mídia sobre os participantes.
O que eu gostaria de fazer, sem defender nem crucificar ninguém, é aproveitar a polêmica pra mais uma vez manifestar minha indignação com o preconceito nojento que as pessoas têm contra os gordos, e que, ao contrário do que gostaríamos, sempre pode nos surpreender de maneira negativa, haja vista tudo que Paulinha já passou dentro do BBB – ser apelidada de “jabulani” e “miss piggy”, dentre outras coisas – , sem contar tudo que as pessoas têm falado sobre ela aqui fora.
A polêmica começou na estréia do programa, quando Paulinha apareceu espremida num minúsculo vestido preto que ostentava cada detalhe do seu corpo roliço. “Menina vulgar e sem noção”, bradavam alguns! “Está envergonhando a classe das gordinhas”, reclamavam outras. Essas, inclusive, da própria “comunidade plus size”.
Era apenas o começo porque Paulinha não estreou no reality show naquele vestido de gosto duvidoso à toa. O vestido, digamos assim, era uma pequena amostra de sua personalidade – ousado, extravagante, assanhado e, dependendo do ponto de vista, beirando a vulgaridade. Assim é Paula, ou pelo menos é assim que ela (ou a edição do programa) tem se mostrado.
Até aí, qual a novidade? Estamos na 11ª. edição do BBB e mulheres extravagantes, ousadas e que beiram a vulgaridade (ou mergulham nela de cabeça) não surpreendem mais. Há quem diga, aliás, que o objetivo de uma mulher ao entrar num reality show é a exposição mesmo, porque se elas não faturarem o prêmio principal, pelo menos faturam alguma grana com a exposição de seus corpos em revistas e sites do ramo depois. Desde que o Mundo é Mundo é assim, quer dizer, desde que o BBB é BBB é assim.
E por que raios então a nossa “Beth Ditto” loira (como diz o querido amigo @stapafurdyo) causou tanto furor, se não foi a primeira e nem será a última mulher a se expor desta maneira num reality show?
Ora, pelo motivo óbvio: Porque ela, segundo os padrões estéticos “vigentes”, é GORDA. E enquanto GORDA não poderia participar de um reality show como o BBB, e, participando, não poderia ser ousada, assanhada ou vulgar, porque isso, ora ora, é uma exclusividade das magrelas e/ou gostosonas.
Onde já se viu uma mulher gorda cheia de autoestima? Onde já se viu uma mulher gorda que pensa que pode sair por aí seduzindo quem ela bem entende? Onde já se viu uma mulher gorda que se permite usar roupas ousadas e aparecer na televisão desse jeito? Que absurdo!, dizem alguns! Que vergonha!, dizem outros.
Diante de tanta indignação, a pergunta que não quer calar é: num reality show como o BBB, por onde já passaram mais de 70 mulheres ao longo dos últimos 10 anos, mulheres de (quase) todas as raças, cores, estilos, idades e comportamento; num reality show em que mulheres já se permitiram transar dentro da casa, compartilhar e/ou trocar de “namorados”, já “pagaram peitinho” e outras cositas más e já ultrapassaram todos os limites da compostura e/ou vulgaridade, por que raios justamente a Paulinha é pega pra Cristo? A resposta, mais uma vez, é óbvia: Porque ela é GORDA.
O problema, meus amores, é que para as pessoas em geral o Gordo é sempre alguém que “paga o preço” de ser gordo com frustrações sexuais. Para as pessoas, o Gordo é aquele que sempre terá problemas/complexos com seus corpos, dificuldades para estabelecer relacionamentos e outras coisas do tipo. Para as pessoas o Gordo, por mais “feliz” que demonstre ser, é alguém que vai ser sempre condenado a viver sob a sombra de seus complexos, porque ser gordo é feio, logo, não é possível ser feliz assim.
Ora, Ora, Ora… Eis a nossa personagem do momento aí pra dar um tapa na cara da sociedade e mostrar que não é bem assim.
Paulinha incomoda demais porque não precisa levantar bandeiras a favor da fartura para se sentir segura, nem se esconder atrás de um discurso politicamente correto. Ela não precisa comer pouco pra fazer a linha “sou gorda porque tenho problemas genéticos e não porque como muito”. Ela não precisa vestir burca pra fazer a linha “tenho noção de que meu corpo não atende os padrões e por isso vou ser discreta”. Ela não precisa abrir mão dos seus prazeres nem fazer linha nenhuma, porque ela é – ou pelo menos é assim que a tenho visto – autêntica. Tem autoconfiança, acredita na sua beleza (e particularmente acho-a muito bonita mesmo), no seu corpo e no seu poder de sedução. Não vincula sua possibilidade de viver qualquer situação ao seu corpo – são coisas independentes. Ela é o que é e faz o que acha que deve fazer sem usar seu corpo roliço como escudo pra se podar. Isso se chama CORAGEM. E por isso incomoda tanto, especialmente os covardes reféns dos padrões!
Vejam que não estou aqui “defendendo” as atitudes da Paula, tampouco crucificando. Assim como todo mundo, tenho também minhas reservas quanto ao que, vez ou outra, considero exagero, mas… e daí? Por acaso ela está lá como representante de uma classe? Por acaso ela é Embaixatriz da Moral e dos Bons Costumes? Por acaso ela deve satisfações sobre o modo como escolheu viver a mim, a você, a qualquer um?
Se trocentas mulheres de diversos comportamentos já participaram do BBB agindo como bem entendiam, por que raios Paulinha não pode? Pode sim! E você tem todo o direito de reprová-la. Só não pode vincular sua reprovação ao fato de ela ser Gorda, porque aí sim, é preconceito. Puro e Autêntico Preconceito.
Numa discussão sobre o tema outro dia num post de um colega no Facebook, uma moça debateu comigo insistindo que “Paulinha tem problemas de autoestima e se finge de segura, mas se fosse segura não agiria como uma piranha” (sic!). Quer dizer, para esta moça – e ela é só um exemplo num mar de gente que pensa assim – o fato de Paulinha ser atirada tem ligação direta com sua autoestima, e ela precisa ser vulgar porque é o único modo que tem de conseguir alguma coisa. Raciocínio bem medíocre, diga-se de passagem. Se isso não é preconceito, eu não sei mais o que é.
Por que diabos ninguém questiona a autoestima das magrelas que, tal qual Paulinha (ou até de maneira mais ousada) também são “atiradas”? Por que ninguém dizia, por exemplo, que a Fani do BBB 7 tinha problemas de autoestima já que ficou o programa inteiro dividindo Diego Alemão com a Siri? Por que ninguém questionou a autoestima das moças que se envolveram sexualmente e/ou em carícias ousadas sob o edredom com participantes em outras edições?
Apedrejam Paulinha porque ela age exatamente como a grande maioria das mulheres que participa de um reality show – ela se expõe – mas não devia exclusivamente porque é Gorda e, enquanto Gorda, tinha que mostrar recato para avalizar o estigma preconceituoso de que gordos são frustrados e infelizes.Balela!
Por isso sou tão fã de Paulinha, apesar de conhecê-la tanto quanto conheço os demais participantes: quase nada. Não tenho instrumentos suficientes para julgar nenhum deles – e nem pretenderia – mas Paulinha ganhou meu respeito e admiração porque, sem dúvida, uma coisa ela é, pelo menos no BBB: Bem resolvida!
E num universo de pessoas – especialmente mulheres – mal resolvidas com seus corpos, vítimas da balança e da folha de alface de cada dia, uma mulher gorda, que come 8 fatias de pão de uma vez (como o “gentil” Pedro Bial fez questão de frisar outro dia), e mesmo assim acredita no seu poder de sedução, na sua beleza, permite-se usar biquínis minúsculos e vestidos escandalosos, causa mesmo muito incômodo e muita inveja!
A cereja do bolo foi ela ter ficado com Cristiano, o galã da casa. Não importa se ele ficou com ela por atração ou por estratégia de jogo – dizem que ele só quis fazer a linha do cara legal que pegou a gordinha (mais um preconceito?). O fato é que, não tivesse Paulinha segura de si, não teria se jogado nos braços do homem mais cobiçado da casa, temeria ser rejeitada, temeria levar um fora, temeria viver, como, aliás, temem muitas mulheres – gordas ou não.
O exemplo Paulinha é uma ótima ilustração para o que acontece o tempo todo na “vida real”. Falo com conhecimento de causa, inclusive. Perdi a conta das vezes em que fui taxada de vulgar (e outros adjetivos menos lisonjeiros) simplesmente porque me permitia usar as mesmas roupas que as magras, porque me sentia linda, me permitia namorar, badalar, causar por aí. E como sempre fui do time das Fartas, isso incomodava muita magrela “sem sal” que achava que a “competição” comigo estava ganha e quebrava a cara.
Porque, sim, é possível ser gorda e feliz. Mais que isso, é possível ser gorda e não viver em função disso – é só um corpo, que alguns acham atraente e outros não. É possível ser gorda e linda, interessante, gostosa, despertar desejos e ter uma vida sentimental / sexual plenamente feliz.
Sem moralismos, porque cada um tem seus limites morais de acordo com a própria história e as próprias crenças. Sem julgamentos, porque cada um tem liberdade de viver do jeito que bem entender. Sem preconceitos, porque no fundo no fundo um corpo é apenas um corpo – exposto ou não, e ninguém vai além se não houver conteúdo que o sustente.
Mais que um corpo magro ou gordo, há que se ter personalidade. E isso nossa Paulinha tem mostrado ter de sobra! Ressalvados os exageros, fica o exemplo!
Beijos Fartos, e, Go, Paulinha!!!
DI´PONIVEL < http://grandesmulheres.com/weblog/?p=3646 > ACESSO EM 31 DE JANEIRO
NÃO ACOMPANHO NENHUM BBB MAS O TEMA GORDO NÃO HÁ COMO PASSAR BATIDO
CPMENTEM O ASSUNTO AGUARDO!!!!!!
Achei muito apropriado o seu comentário, pq realmente o preconceito com as mulheres acima do peso é enorme, mesmo que sejam lindas e felizes. Não gosto de BBB e desse menos ainda.
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