mais uma mulher morre após lipo....

NOTICIA ENCONTRADA NO BLOG : http://arlonijunior.wordpress.com/2010/02/05/dona-de-casa-morre-apos-lipoaspiracao-em-joao-pessoa/
Dona de casa morre após lipoaspiração em João Pessoa


5/02/2010
(O Globo)
http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2010/02/04/dona-de-casa-morre-apos-lipoaspiracao-em-joao-pessoa-915784470.asp

Mais um caso de morte durante uma sessão de lipoaspiração aqui no nosso Brasil. Muito se fala em relação aos locais em que estas cirurgias deveriam ser executas, do curriculo dos cirugiões etc etc mas a verdade é que este procedimento é altamente invasivo. Não só isso, como em qualquer cirurgia, deve-se fazer uma extensa bateria de exames para se ver se o paciente é alérgico a algum tipo de medicamento, anestesia etc etc etc. Só então, após se certificar de que tudo irá correr bem durante a lipoaspiração, pode-se arriscar a se deitar numa mesa de cirurgia.
Mas meu comentário aqui é outro. Será que não temos mais tempo para tentar moldar o corpo usando de outros meios, seja com dietas e exercícios, o que eu acredito que seria muito mais benéfico do que tentar chegar ao corpo ideal queimando etapas e se submetendo a poucas horas de cirurgia? Mudar os hábitos alimentares, caminhadas etc possuem mais benefícios do que apenas o estético.
Isso também me chama a atenção para duas coisas:
1) O imediatismo desenfreado que a sociedade moderna nos submete diariamente. Correr pra isso, voar para aquilo, falta de tempo para comer, tudo pronto pra aqui, pra agora, pra ontem. O ser humano não tem mais tempo para si, para a família, para aproveitar o mundo a sua volta. Ninguém mais tempo para fazer uma refeição saudável, para caminhar com seus filhos, enfim, viver. O sendentarismo está tão grande que o número de pessoas obesas (desde a infância) vem aumentando significativamente nos últimos anos. Portanto, a correria do mundo moderno força as pessoas a correrem inclusive com a mudança do seu visual, tentando recuperar os anos perdidos de displicência consigo mesmo. Imagino como será daqui a alguns anos quando a medicina estiver mais avançada e remédios aparecerem para perder instantaneamente gorduras localizadas, ganhar massa muscular em segundos etc etc etc. Bons hábitos vão se perder em troca de “bons remédios” para cuidar da aparência – afinal hoje em dia a aparência é tudo, a índole é mera coadjuvante na nossa sociedade, cada vez mais decadente e necessitada de bons exemplos.
2) Falando em aparência, muito antigamente o belo eram as gordinhas, retratadas em inúmeras pinturas de artistas famosos e que atravessaram os séculos. Hoje muito se fala em ditadura da moda, dos corpos malhados e delineados, dos padrões Miss Universo, das atrizes de TV etc etc etc. Acho que se for contar a parcela da população que é magra, realmente magra sem nenhuma gordurinha em excesso dever ser talvez 5% da população mundial. A grande maioria tem uma barriguinha aqui, uma celulite ali, isso quando não entramos na porcentagem dos obesos. Agora, se formos contar a parcela mundial de pessoas ditas “perfeitas”, com o corpo que seria alvo de qualquer TV, revista masculina e por aí vai, acho que não dever chegar nem a 1% do todo. Digo das realmente nascidas “perfeitas”, pois o que vemos aí, as ditas “modelos” são resultado de uma séria de exercícios pesados, suplementos alimentares, dieta rigorosíssimas e muito mais, porque se não fosse isso cairiam talvez nos 5% que comentei, se tanto. A maioria das mulheres não nasce com aquele corpo que todos admiram. Mas a sociedade impõe padrões de beleza e alimenta o preconceito de quem não está dentro deles. Na TV vê-se propagandas onde o magro é o belo, e quem não o é está fora!
Não sou contra o exercício para se manter bem e em forma, pelo contrário, todos nós devemos atuar neste sentido – cuidar de nós mesmos. Um corpo magro ou dentro dos seus limites aceitáveis dever ser reflexo de toda uma situação e condicionamento fisico, alimentação e vida saudáveis. Mas malhar e suar para poder se encaixar em padrões que estão fora da realidade mundial só segrega, além de criar neurose na cabeça de quem “não está dentro deles”, fora que isso é uma grande hipocrisia porque é só olhar em volta e ver como são as mulheres “reais”, seja mães, irmãs, amigas, namoradas etc. Qual é o real padrão de beleza? É a minoria que deve ditar as regras, mulheres anoréxicas que nem podem beber a quantidade necessária diária de água para não engordarem ou são as mulheres que trabalham por aí, no dia-a-dia, nos bancos, repartições, lojas, empresas etc?

Minha percepção é que o mundo se preocupa com coisas pequenas e deixa outras de lado, bem mais sérias. Tanta fome e pobreza no mundo e quem tem a possibilidade de comer bem não o faz pra não engordar… É realmente um contrasenso…
Deixo aqui um site interessante falando sobre “Mulheres Reais”. Aborda o tema da mulher perfeita versus a mulher real, a mãe-de-família que tem mais preocupações no dia-a-dia do que ser perfeita para um mundo que não é perfeito pare elas (nem para nós):

http://theshapeofamother.com/

E viva aquele belo pedaço de pizza, cheio de queijo e com rodelas generosas de calabresa

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