Vale conhecer mais sobre anorexia!!!
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07 09
Arquivado em Gastroplastia, Leitura às 07:13 por Tiane Brites
Aparentemente, nada pode ser tão distante, quanto pacientes com Anorexia Nervosa de um lado e pacientes com Obesidade Mórbida do outro. Com o aumento das cirurgias bariátricas no tratamento da obesidade, a frequencia no surgimento de anorixia e bulimia ficam mais evidentes.
A Cirurgia bariátrica é a forma mais efetiva no tratamento da obesidade mórbida. O ideal é ter uma avaliação psiquiátrica pré-cirúrgica para o diagnóstico e adequado tratamento precoce de um transtorno alimentar. Li uma pesquisa há algum tempo que, num grupo de 116 pacientes submetidos à cirurgia gástrica restritiva, estudados por 10 anos, encontraram bulímicos em 52% dos casos, Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica em 16% e Síndrome do Comer Noturno em 10%.
Apesar dos casos de Anorexia e Bulimia Nervosa pós-cirurgia bariátrica sejam ainda raros (ainda bem!), o risco do desenvolvimento de um transtorno alimentar devia ser lembrado nessa situação.
O trabalho pré e pós-cirúrgico deve incluir uma equipe multiprofissional com psiquiatra conduzindo a avaliação e o tratamento medicamentoso, caso necessário, psicólogos administrando psicoterapia individual, com orientações específicas sobre a operação, nutricionista e endocrinologista, tudo visando discutir e adequar as expectativas do paciente às limitações do tratamento cirúrgico muitas vezes concebido por ele como milagroso, além de oferecer alternativas de prazer diferentes do ato de comer. As mudanças ocorridas após a operação são muitas, tanto na parte comportamental como no físico e psíquico, o que pode trazer surpresas para a equipe multidisciplinar.
A partir de uma avaliação pré-operatória, a presença de um transtorno alimentar deve forçosamente levar a um seguimento psiquiátrico pós-operatório para a detecção precoce de um agravamento do mesmo, pois a existência é maior em pacientes com obesidade grau III e, na presença deles, o risco de complicações é cerca de quatro vezes maior. Certos casos podem ser indicados para o tratamento cirúrgico pelos próprios diagnósticos psiquiátricos que apresentam, como depressão por exemplo, se bem que raramente a indicação será apenas por algum diagnóstico psiquiátrico associado a um IMC elevado.
Anorexia nervosa
Anorexia nervosa é um distúrbio alimentar resultado da preocupação exagerada com o peso corporal, que pode provocar problemas psiquiátricos graves. A pessoa se olha no espelho e, embora extremamente magra, se vê obesa. Com medo de engordar, exagera na atividade física, jejua, jejua, vomita, toma laxantes e diuréticos.É um transtorno que se manifesta principalmente em mulheres jovens, embora sua incidência esteja aumentando também em homens. Às vezes, os pacientes anoréxicos chegam rapidamente à caquexia, um grau extremo da desnutrição e o índice de mortalidade chega a atingir 15% a 20% dos casos.
Sintomas
- Perda exagerada de peso em curto espaço de tempo sem nenhuma justificativa. Nos casos mais graves, o índice de massa corpórea chega a ser inferior a 17;- Recusa em participar das refeições familiares. Os anoréxicos alegam que já comeram e que não estão mais com fome;- Preocupação exagerada com o valor calórico dos alimentos. Esses pacientes chegam a ingerir apenas 200kcal por dia;- Interrupção do ciclo menstrual (amenorréia) e regressão das características femininas;- Atividade física intensa e exagerada;- Depressão, síndrome do pânico, comportamentos obsessivo-compulsivos;- Visão distorcida do próprio corpo. Apesar de extremamente magras, essas pessoas julgam-se com excesso de peso;- Pele extremamente seca e coberta por lanugo (pêlos parecidos com a barba de milho).
Causas
Diversos fatores favorecem o aparecimento da doença: predisposição genética, o conceito atual de moda que determina a magreza absoluta como símbolo de beleza e elegância, a pressão da família e do grupo social e a existência de alterações neuroquímicas cerebrais, especialmente nas concentrações de serotonina e noradrenalina.
Tratamento
A reintrodução dos alimentos deve ser gradativa. Caso contrário provocaria grande sobrecarga cardíaca. Às vezes, é necessária a internação hospitalar para que essa oferta gradual de calorias seja controlada por nutricionistas.Não há medicação específica para a anorexia nervosa. Medicamentos antidepressivos podem ajudar a atenuar sintomas depressivos, compulsivos e de ansiedade. Em geral, o tratamento de pacientes anoréxicos exige o trabalho de equipe multidisciplinar.
Recomendações
- Algumas profissões são consideradas de risco para a anorexia. Bailarinas, jóqueis, atletas olímpicos, precisam estar atentos para a pressão que sofrem para reduzir o peso corporal;- A faixa etária está baixando nos casos de anorexia. A família precisa observar especialmente as meninas que disfarçam o emagrecimento usando roupas largas e soltas no corpo e se recusam a participar das refeições em casa;- Às vezes, os familiares só se dão conta do que está acontecendo quando, por acaso, surpreendem a paciente com pouca roupa e vêem seu corpo esquelético, transformado em pele e osso. Nesse caso, é urgente procurar atendimento médico especializado;- O ideal de beleza que a sociedade e os meios de comunicação impõem está associado à magreza absoluta. É preciso olhar para esses apelos com espírito critico e bom senso e não se deixar levar pela mensagem enganosa que possam expressar;- Se o paciente anoréxico estiver correndo risco por causa da caquexia e dos distúrbios psiquiátricos deve ser internado num hospital para tratamento médico.
A comida é o seu remédio.
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