Anorexia... 20% dos casos.. terminam em morte!
Campanha da fotógrafa Ivonne Thein choca com imagens de modelos em pele e osso. Embora as fotos tenham sofrido manipulação digital, são um retrato da gravidade da anorexiaFoto: Ivonne Thein, Reprodução
Sobre anorexia, um assunto que tem que ser repensado, publicado, registrado!!!!!
Saúde 30/06/2009 10h51min
Anorexia: 20% dos casos terminam em morte
Preocupação com os riscos da obesidade pode gerar obsessão pela magreza
Nádia De Toni
Saúde 30/06/2009 10h51min
Anorexia: 20% dos casos terminam em morte
Preocupação com os riscos da obesidade pode gerar obsessão pela magreza
Nádia De Toni
nadia.detoni@pioneiro.com http://www.clicrbs.com.br/especial/br/vidafeminina/19,0,2563326,Anorexia-20-dos-casos-terminam-em-morte.html
A epidemia de quilos extras que afeta 43% da população brasileira é um problema tão grave de saúde pública que pode influenciar distúrbios na outra ponta: o culto à magreza excessiva e um medo mórbido de engordar. Para as vítimas de anorexia e bulimia, em sua maioria garotas entre 13 e 20 anos, o espelho é inimigo e cada caloria se converte numa tortura. Fome o vômito são experiências de alívio e, às vezes, até de prazer.Transtornos alimentares graves, a anorexia e a bulimia voltaram à discussão recentemente, quando a fotógrafa alemã Ivonne Thein lançou uma campanha polêmica com fotos de meninas magérrimas. O objetivo é propor um novo debate sobre a busca obsessiva pelo corpo ideal, que pode resultar em morte. As fotos de Ivonne (que ilustram esta reportagem) foram feitas com modelos saudáveis e sofreram manipulação digital para aparentar jovens com 32 quilos. Os rostos não são mostrados.– Não mostrei os rostos porque não queria que o público simpatizasse com as meninas e achasse que elas eram casos isolados – declarou a fotógrafa, em entrevista ao blog BBC Tendências.A anorexia e a bulimia são doenças primordialmente femininas, embora o problema esteja crescendo também no universo masculino. Para cada 20 mulheres com anorexia, um homem apresenta a mesma doença. Uma pista de que é crescente o número de jovens adoecendo em nome da magreza está na internet. Existem dezenas de sites e blogs a favor da anorexia e da bulimia, inclusive com grupos de discussão que incentivam a parar de comer. Na rede, as anoréxicas se chamam de Ana e, as bulímicas, de Mia.– Pule refeições. Quanto mais tempo você ficar sem comer, melhor – ensina a autora do site Paradise, indo contra à principal regra para uma alimentação (e uma vida) saudável: sentar-se à mesa ao menos três vezes ao dia.A anorexia é descrita na literatura médica desde 1689 como uma atrofia nervosa que resulta em ausência de apetite. A pessoa faz jejuns prolongados ou ingere pouquíssimas calorias. A bulimia deriva da expressão “fome de boi”. Geralmente, a pessoa come compulsivamente e depois vomita ou usa laxantes para evitar engordar.Nos dois tipos de distúrbios, a característica mais marcante é a visão distorcida do próprio corpo, explica a psicóloga Rejane Tomatis Pacheco, do Centro de Reeducação Alimentar (Creeo), de Caxias do Sul. A pessoa se acha gorda, mesmo que esteja magérrima. Há estudos na psiquiatria em que as pessoas doentes devem apontar uma foto de mulher com a qual se identificam. Anoréxicas e bulímicas sempre apontam a imagem de uma pessoa mais gorda. Nos dois transtornos, o processo de emagrecimento começa com uma dieta aparentemente normal, que evolui para um controle excessivo na alimentação ou para abusos seguidos de atos compensatórios, como vômito. Até 50% dos pacientes anoréxicos desenvolvem sintomas bulímicos, segundo a Associação Brasileira de Transtornos Alimentares.– Alguns pesquisadores descrevem que a pessoa anoréxica é bem-sucedida na busca pelo seu ideal de corpo magro, enquanto que a bulímica seria o fracasso da anorexia – comenta a psicanalista Rosita Esteves, do Centro de Tratamento dos Transtornos Alimentares e da Obesidade, de Caxias.Os dois transtornos sofrem influência da cultura da magreza imposta pela sociedade ocidental. Mas a cobrança social por um corpo magro é apenas uma parte do problema. Há um forte componente genético, cujo mecanismo não se conhece com clareza, que contribui para o desenvolvimento desses distúrbios. Uma pessoa sem predisposição à anorexia poderia aguentar um dia sem comer, mas logo se renderia à fome. Alguém sem predisposição à bulimia poderia induzir o vômito para compensar exageros na alimentação, mas a atitude não seria motivo de alívio. Causaria desconforto, nojo, e não se repetiria.– Os padrões sociais acabam se associando a fatores internos. Transtornos alimentares têm relação com distúrbios na formação da personalidade e do amor próprio – explica Rosita.– Pessoas com propensão a distúrbios alimentares focam suas vidas na comida. Mesmo quando o objetivo é não comer – analisa a psicóloga Rejane.Embora sejam consideradas a cara e a coroa de uma mesma moeda, a anorexia e a bulimia atingem pessoas com estilos de vida bem diferentes, segundo a psicanalista Rosita. As anoréxicas são perfeccionistas, introvertidas e rígidas consigo próprias. Muitas vezes, a família só se dá conta do problema quando flagra a menina com pouca roupa, o corpo transformado em pele e osso.– Em geral, elas têm conflitos de feminilidade. Querem ser magras, não bonitas. Querem ser meninas, sem peito, sem bumbum, não querem virar mulheres – diz Rejane.Já as bulímicas não chamam a atenção pela magreza e, por isso, conseguem camuflar a doença por muito tempo. Elas costumam ser extrovertidas e impulsivas em relação a vários aspectos, como amor e negócios. Na vida social, as vítimas de anorexia e bulimia também assumem comportamentos diferentes. As anoréxicas costumam evitar encontros que envolvem comida. Quanto mais as pessoas insistem para que coma, mais se isolam. Ao atingir um estágio de extrema magreza, passam a usar roupas largas. As bulímicas vivem a contar calorias mas, em momentos de compulsão, dão preferência a carboidratos e doces hipercalóricos. Depois das refeições, passam bastante tempo no banheiro, para induzir o vômito.Considera-se anoréxica uma pessoa que está entre 10% e 15% abaixo do peso médio correspondente à idade, ao sexo e à altura. Mas é claro que magreza não significa necessariamente anorexia. Existem pessoas que são magras e saudáveis. No caso da bulimia, o distúrbio incide mais em mulheres que se cuidam de forma obsessiva. Existem casos de bulímicas que sofrem com excesso de peso porque, mesmo com a indução do vômito, o organismo não elimina todas as calorias ingeridas em um curto período de tempo.
A epidemia de quilos extras que afeta 43% da população brasileira é um problema tão grave de saúde pública que pode influenciar distúrbios na outra ponta: o culto à magreza excessiva e um medo mórbido de engordar. Para as vítimas de anorexia e bulimia, em sua maioria garotas entre 13 e 20 anos, o espelho é inimigo e cada caloria se converte numa tortura. Fome o vômito são experiências de alívio e, às vezes, até de prazer.Transtornos alimentares graves, a anorexia e a bulimia voltaram à discussão recentemente, quando a fotógrafa alemã Ivonne Thein lançou uma campanha polêmica com fotos de meninas magérrimas. O objetivo é propor um novo debate sobre a busca obsessiva pelo corpo ideal, que pode resultar em morte. As fotos de Ivonne (que ilustram esta reportagem) foram feitas com modelos saudáveis e sofreram manipulação digital para aparentar jovens com 32 quilos. Os rostos não são mostrados.– Não mostrei os rostos porque não queria que o público simpatizasse com as meninas e achasse que elas eram casos isolados – declarou a fotógrafa, em entrevista ao blog BBC Tendências.A anorexia e a bulimia são doenças primordialmente femininas, embora o problema esteja crescendo também no universo masculino. Para cada 20 mulheres com anorexia, um homem apresenta a mesma doença. Uma pista de que é crescente o número de jovens adoecendo em nome da magreza está na internet. Existem dezenas de sites e blogs a favor da anorexia e da bulimia, inclusive com grupos de discussão que incentivam a parar de comer. Na rede, as anoréxicas se chamam de Ana e, as bulímicas, de Mia.– Pule refeições. Quanto mais tempo você ficar sem comer, melhor – ensina a autora do site Paradise, indo contra à principal regra para uma alimentação (e uma vida) saudável: sentar-se à mesa ao menos três vezes ao dia.A anorexia é descrita na literatura médica desde 1689 como uma atrofia nervosa que resulta em ausência de apetite. A pessoa faz jejuns prolongados ou ingere pouquíssimas calorias. A bulimia deriva da expressão “fome de boi”. Geralmente, a pessoa come compulsivamente e depois vomita ou usa laxantes para evitar engordar.Nos dois tipos de distúrbios, a característica mais marcante é a visão distorcida do próprio corpo, explica a psicóloga Rejane Tomatis Pacheco, do Centro de Reeducação Alimentar (Creeo), de Caxias do Sul. A pessoa se acha gorda, mesmo que esteja magérrima. Há estudos na psiquiatria em que as pessoas doentes devem apontar uma foto de mulher com a qual se identificam. Anoréxicas e bulímicas sempre apontam a imagem de uma pessoa mais gorda. Nos dois transtornos, o processo de emagrecimento começa com uma dieta aparentemente normal, que evolui para um controle excessivo na alimentação ou para abusos seguidos de atos compensatórios, como vômito. Até 50% dos pacientes anoréxicos desenvolvem sintomas bulímicos, segundo a Associação Brasileira de Transtornos Alimentares.– Alguns pesquisadores descrevem que a pessoa anoréxica é bem-sucedida na busca pelo seu ideal de corpo magro, enquanto que a bulímica seria o fracasso da anorexia – comenta a psicanalista Rosita Esteves, do Centro de Tratamento dos Transtornos Alimentares e da Obesidade, de Caxias.Os dois transtornos sofrem influência da cultura da magreza imposta pela sociedade ocidental. Mas a cobrança social por um corpo magro é apenas uma parte do problema. Há um forte componente genético, cujo mecanismo não se conhece com clareza, que contribui para o desenvolvimento desses distúrbios. Uma pessoa sem predisposição à anorexia poderia aguentar um dia sem comer, mas logo se renderia à fome. Alguém sem predisposição à bulimia poderia induzir o vômito para compensar exageros na alimentação, mas a atitude não seria motivo de alívio. Causaria desconforto, nojo, e não se repetiria.– Os padrões sociais acabam se associando a fatores internos. Transtornos alimentares têm relação com distúrbios na formação da personalidade e do amor próprio – explica Rosita.– Pessoas com propensão a distúrbios alimentares focam suas vidas na comida. Mesmo quando o objetivo é não comer – analisa a psicóloga Rejane.Embora sejam consideradas a cara e a coroa de uma mesma moeda, a anorexia e a bulimia atingem pessoas com estilos de vida bem diferentes, segundo a psicanalista Rosita. As anoréxicas são perfeccionistas, introvertidas e rígidas consigo próprias. Muitas vezes, a família só se dá conta do problema quando flagra a menina com pouca roupa, o corpo transformado em pele e osso.– Em geral, elas têm conflitos de feminilidade. Querem ser magras, não bonitas. Querem ser meninas, sem peito, sem bumbum, não querem virar mulheres – diz Rejane.Já as bulímicas não chamam a atenção pela magreza e, por isso, conseguem camuflar a doença por muito tempo. Elas costumam ser extrovertidas e impulsivas em relação a vários aspectos, como amor e negócios. Na vida social, as vítimas de anorexia e bulimia também assumem comportamentos diferentes. As anoréxicas costumam evitar encontros que envolvem comida. Quanto mais as pessoas insistem para que coma, mais se isolam. Ao atingir um estágio de extrema magreza, passam a usar roupas largas. As bulímicas vivem a contar calorias mas, em momentos de compulsão, dão preferência a carboidratos e doces hipercalóricos. Depois das refeições, passam bastante tempo no banheiro, para induzir o vômito.Considera-se anoréxica uma pessoa que está entre 10% e 15% abaixo do peso médio correspondente à idade, ao sexo e à altura. Mas é claro que magreza não significa necessariamente anorexia. Existem pessoas que são magras e saudáveis. No caso da bulimia, o distúrbio incide mais em mulheres que se cuidam de forma obsessiva. Existem casos de bulímicas que sofrem com excesso de peso porque, mesmo com a indução do vômito, o organismo não elimina todas as calorias ingeridas em um curto período de tempo.
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