mulheres e futebol

MumBall: mulheres criaram time de mamães em Liverpool para superar depressão pós-parto


MumBall: mulheres criaram time de mamães em Liverpool para superar depressão pós-parto


Bianca Daga
Como conciliar a tarefa de cuidar dos filhos e a vontade de jogar futebol? Muitas mulheres conseguem, claro. Mas fácil não é. Em Totxteth, um humilde bairro de Liverpool, na Inglaterra, Becki Gerrard e Louise Codman criaram um time de mamães. Para superar as crises de depressão pós-parto, elas transformaram o esporte em energia vital e fizeram nascer, junto com seus bebês, o MumBall.
Numa tarde fria de sexta-feira, por volta das seis horas da tarde, já terminaram sua jornada semanal de trabalho. Antes de um fim de semana com outras jornadas, em casa, deixam um pouco de lado o papel de mãe para um momento só delas. Apesar do cansaço, não falta disposição. Quando chegam à Belvedere Academy, todos em volta já sabem que elas são.
A diversão começa quando Louise e Becki aparecem com um saco cheio de cones e bolas. O que começou por acaso, cresceu e se transformou num projeto que hoje tem duas equipes – em Liverpool e em Wirral – e treinos de segunda-feira também. Na próxima terça-feira, dia 21, o MumBall participará de um torneio de conscientização contra o abuso doméstico.
Becki tinha 16 anos quando parou de jogar futebol por conta da pressão de sua família, que queria que ela priorizasse uma faculdade e o futuro profissional. Para eles, ela não poderia viver do esporte. Continuou sua vida como estudante até que, aos 21 anos, se viu grávida. “Eu era muito brava. Não podia acreditar. Fiquei com raiva por ter um bebê.” Para piorar, o menino Joseph precisou ficar uma semana no hospital. “Eu era incapaz de cuidar dele.”
Sem se dar conta, Becki estava sofrendo de depressão pós-parto e foi incentivada por sua irmã a voltar a jogar. Louise, sua melhor amiga, passava pela mesma situação. A maternidade acabara precocemente com os sonhos das duas. Quando tentaram voltar para o futebol, o condicionamento físico pesou. “Sendo honestas, não dava para acompanharmos o ritmo das outras. Pensamos, então, que se quiséssemos nos sentir bem mentalmente teríamos que criar um novo time.”
Assim nasceu o MumBall, uma equipe para mães e qualquer mulher que, pelo físico, ou por nunca terem jogado na vida, se sentiam confortáveis e afastadas de qualquer pressão.  No começo, era só um apelido. Mas o nome atraiu dezenas de pessoas. “As mulheres que vêm se dão conta dos benefícios psicológicos que o esporte pode trazer. Precisamos ter a oportunidade de nos desligarmos um pouco de nossas responsabilidades.”
Becki trabalha três dias por semana numa oficina e cuida de seus dois filhos. Além de Joseph, agora ela tem Alex, de três anos. Mas o MumBall é sagrado. Quando vai para os treinos, seu marido, Chris, é quem cuida das crianças. “Ele está encantado de me ver jogando. Sabe que me sinto livre, faço novas amigas e sou mais feliz. Se saio de casa de mau humor, volto me sentindo bem melhor.”
O MumBall tem site oficial e páginas nas redes sociais. Em uma das postagens, o texto: “Você está a apenas um treino do bom humor.” O projeto tem como objetivos principais encorajar mais mulheres a jogar futebol, oferecer um treino eficaz e permitir às mães terem uma atividade só para elas.
“Embora criado com mães em mente, não é exclusivo. Qualquer mulher com pouca ou nenhuma experiência é mais que bem-vinda a se juntar a nós, desde que você não se importe em ouvir papos de mães.”

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