Fotógrafo lança livro com imagens de modelos e atrizes nuas
04/07/2015 - 19:33
Fotógrafo lança livro com imagens de modelos e atrizes nuas
O Globo
A ordem “silêncio no estúdio” não existe numa sessão de fotos. Enquanto uma modelo se movimenta diante da câmera, uma pequena multidão de 10 a 30 profissionais solta elogiosas interjeições com o intuito de:a) incentivar a modelo a se sentir linda;
b) mostrar excesso de bom humor;
c) aplaudir verbalmente o próprio trabalho.
Numa tentativa de voltar no tempo ou mesmo de provocar o atual modus operandi da moda e da publicidade, o fotógrafo paulistano Jairo Goldflus lança o livro “Privado”, em que retrata a nudez em preto e branco de 60 das modelos mais disputadas do país.
— Antigamente, fazíamos um trabalho com no máximo cinco pessoas no set. Hoje, não. Tem o cara do making of de vídeo, o das redes sociais, o agente, assistentes para cada profissional.... O set virou uma baderna, e as sessões de fotos perderam a intimidade, que é a essência da fotografia. Antes, o processo era mais divertido, e o resultado surpreendente — critica Jairo, que lança o livro na segunda-feira, na Livraria Cultura Iguatemi, em São Paulo.
Diante da sensação de que as coisas mudaram para pior, Jairo decidiu renovar o olhar e o espírito com um projeto pessoal que busca simplificar o processo para retomar a essência da fotografia. Um manifesto da beleza.
— Sinto que as fotos hoje em dia estão perdendo personalidade, direção e naturalidade. Está tudo muito igual. Antes, você via uma imagem numa revista e sabia apontar quem era o autor. Hoje, isso é difícil.
De Carol Trentini a Gianne Albertoni, passando por Amanda Wellsh e Shirlley Mallman. Um casting de dar inveja a qualquer estilista. Todas foram fotografadas no mesmo estúdio, em preto e branco, com a presença apenas do maquiador, além de Jairo. Sem entourage.
— Como uma válvula de escape, eu quis voltar a este set essencial e reduzir novamente a equipe: modelo, fotógrafo e maquiador. E só — explica Jairo.
O resultado é uma celebração da beleza e do corpo feminino. Jairo capturou com olhar cúmplice o modo como suas retratadas gostariam de exibir sua nudez. A maioria nunca havia posado sem roupa.
UM OLHAR SOBRE O CORPO FEMININO
Antes de fotografar as modelos para o livro, Jairo Goldflus perguntava a elas como se enxergavam nuas. Umas dançaram ou pularam, outras deitaram ou simplesmente olharam para a lente. Ninguém usou tapa-sexo — acessório recorrente em fotos de mulheres nuas.
— Não tem coisa mais bonita que o corpo feminino. Queria naturalidade, e não erotismo. É quase um olhar feminino sobre a feminilidade.
Durante cerca de um ano, ao final dos trabalhos comerciais e editoriais em seu estúdio, Jairo pedia que a modelo ficasse mais um pouco, além da equipe, e a convidava para o projeto. O mesmo processo enxuto de equipe foi levado para a produção gráfica do livro, que passou pelas mãos de apenas quatro pessoas, entre eles o tratador das imagens.
— O retoque das fotos tem que humanizar, e não o contrário. Convencionou-se que na manipulação a mulher tem que estar sem dobras, plastificada. É algo que veio com a publicidade. No livro, tiramos só o que não é eternamente delas, como espinhas. Elas têm veias, dobras, pintas — explica Jairo, que, aos 48 anos, prepara-se para uma temporada de um ano de estudos em NY.
“Privado” é um contraponto ao primeiro livro de Jairo, “Público”, com retratos inusitados de personalidades. Para não perder a emoção do set e buscar a conexão entre o olhar da modelo e a lente, Jairo optou por selecionar as imagens que compõem o livro imediatamente após cada sessão. Escolha feita, ele não voltava a olhar a sequência de cliques.
— Não queria ver mais as fotos. Confiava na intuição, na comunicação e na emoção daquele momento exato da sessão de fotos. Os olhos imprimem.
b) mostrar excesso de bom humor;
c) aplaudir verbalmente o próprio trabalho.
Numa tentativa de voltar no tempo ou mesmo de provocar o atual modus operandi da moda e da publicidade, o fotógrafo paulistano Jairo Goldflus lança o livro “Privado”, em que retrata a nudez em preto e branco de 60 das modelos mais disputadas do país.
— Antigamente, fazíamos um trabalho com no máximo cinco pessoas no set. Hoje, não. Tem o cara do making of de vídeo, o das redes sociais, o agente, assistentes para cada profissional.... O set virou uma baderna, e as sessões de fotos perderam a intimidade, que é a essência da fotografia. Antes, o processo era mais divertido, e o resultado surpreendente — critica Jairo, que lança o livro na segunda-feira, na Livraria Cultura Iguatemi, em São Paulo.
Diante da sensação de que as coisas mudaram para pior, Jairo decidiu renovar o olhar e o espírito com um projeto pessoal que busca simplificar o processo para retomar a essência da fotografia. Um manifesto da beleza.
— Sinto que as fotos hoje em dia estão perdendo personalidade, direção e naturalidade. Está tudo muito igual. Antes, você via uma imagem numa revista e sabia apontar quem era o autor. Hoje, isso é difícil.
De Carol Trentini a Gianne Albertoni, passando por Amanda Wellsh e Shirlley Mallman. Um casting de dar inveja a qualquer estilista. Todas foram fotografadas no mesmo estúdio, em preto e branco, com a presença apenas do maquiador, além de Jairo. Sem entourage.
— Como uma válvula de escape, eu quis voltar a este set essencial e reduzir novamente a equipe: modelo, fotógrafo e maquiador. E só — explica Jairo.
O resultado é uma celebração da beleza e do corpo feminino. Jairo capturou com olhar cúmplice o modo como suas retratadas gostariam de exibir sua nudez. A maioria nunca havia posado sem roupa.
UM OLHAR SOBRE O CORPO FEMININO
Antes de fotografar as modelos para o livro, Jairo Goldflus perguntava a elas como se enxergavam nuas. Umas dançaram ou pularam, outras deitaram ou simplesmente olharam para a lente. Ninguém usou tapa-sexo — acessório recorrente em fotos de mulheres nuas.
— Não tem coisa mais bonita que o corpo feminino. Queria naturalidade, e não erotismo. É quase um olhar feminino sobre a feminilidade.
Durante cerca de um ano, ao final dos trabalhos comerciais e editoriais em seu estúdio, Jairo pedia que a modelo ficasse mais um pouco, além da equipe, e a convidava para o projeto. O mesmo processo enxuto de equipe foi levado para a produção gráfica do livro, que passou pelas mãos de apenas quatro pessoas, entre eles o tratador das imagens.
— O retoque das fotos tem que humanizar, e não o contrário. Convencionou-se que na manipulação a mulher tem que estar sem dobras, plastificada. É algo que veio com a publicidade. No livro, tiramos só o que não é eternamente delas, como espinhas. Elas têm veias, dobras, pintas — explica Jairo, que, aos 48 anos, prepara-se para uma temporada de um ano de estudos em NY.
“Privado” é um contraponto ao primeiro livro de Jairo, “Público”, com retratos inusitados de personalidades. Para não perder a emoção do set e buscar a conexão entre o olhar da modelo e a lente, Jairo optou por selecionar as imagens que compõem o livro imediatamente após cada sessão. Escolha feita, ele não voltava a olhar a sequência de cliques.
— Não queria ver mais as fotos. Confiava na intuição, na comunicação e na emoção daquele momento exato da sessão de fotos. Os olhos imprimem.
fonte: http://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?noticia=Fotografo_lanca_livro_com_imagens_de_modelos_e_atrizes_nuas&edt=36&id=400999 > acesso em 7/7/2015
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